
Tudo começou com algumas barracas de lona, que foram instalados na primeira semana de julho em uma área de 10 hectares na zona sul da Capital. Passados alguns dias, o lugar começou a ganhar barracos de madeira. Agora se transformou numa vila, com arruamentos improvisados e dividida em lotes. Há uma semana, eram cerca de 400 pessoas no terreno da antiga Avipal, no bairro Cavalhada. Agora são mais de mil e não para de chegar gente.
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Na esquina das avenidas Cavalhada e João Salomoni, o terreno pertence à construtora Melnick Even, que planeja construir ali condomínios, como outros existentes nas proximidades. O projeto ainda não está detalhado.
Famílias inteiras - com crianças pequenas e até de colo - usam os fins de semana para se instalar na área. Primeiro, em barracas de lona ou plástico. Com o passar das horas, cercam uma área de 20 metros por 10 metros e levantam um casebre. Em folhas de papel já foram riscados a caneta a demarcação e a distribuição dos lotes entre os invasores.
Abertas a facão, as vias principais ganharam nome: Acesso A, Acesso B... assim por diante.
A comida é feita em panelões (carreteiro ou galinhada) e distribuída a todos. O cheiro de fogo de chão é permanente. A maioria dos invasores vem do bairro Cristal, de uma área contígua a um valão, próximo ao hipódromo.
- Temos ali 1.713 famílias, em área insalubre - relata um dos líderes da invasão, Lenemar Bastos, referindo-se à área do valão.
A construtora Melnick Even ingressou na Justiça na quinta-feira passada com pedido de reintegração de posse da área invadida.