
O número de pessoas desalojadas e desabrigadas em razão da chuva mais do que dobrou entre terça e esta quarta-feira, de acordo com os dados divulgados em boletim pela Defesa Civil. Segundo o órgão estadual, 19.660 pessoas estavam fora de suas casas devido à enchente que atinge principalmente as regiões Noroeste e Fronteira Oeste - até terça, o total chegava a 8.274 pessoas.
Os efeitos da chuva sobre a bacia do rio Uruguai são sentidos em 93 municípios gaúchos - outras quatro cidades juntaram-se à lista, conforme a Defesa Civil. Dois municípios (Iraí e Barra do Guarita) decretaram estado de calamidade pública, enquanto outros 35 estão em situação de emergência. No total, o Rio Grande do Sul tinha até o fim desta tarde 3.779 desabrigados (pessoas que necessitam de apoio oficial) e 15.881 desalojados (abrigados em casa de parentes, vizinhos ou amigos). A cidade mais atingida é Itaqui, a 725 quilômetros de Porto Alegre, onde 9.780 pessoas estão fora de suas casas (672 desabrigadas e 9.108 desalojadas). Outros municípios com grande número de vítimas são São Borja (2.900 desabrigados e desalojados), Porto Xavier (1.382), Porto Mauá (1.005), Uruguaiana (700), Iraí (635) e Barra do Guarita (620).
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Conforme a Somar Meteorologia, a chuva deve se espalhar pelo Estado na quinta-feira, tornando-se mais intensa nas Missões e no Noroeste, quadro que deve prosseguir até o início da próxima semana. Até domingo, no Oeste e no Sul, deve chover pelo menos 100 milímetros. A maior quantidade é esperada para sábado. Assim, municípios atingidos pela enchente devem redobrar a atenção.
De acordo com medição feita às 15h, o rio Uruguai não subiu entre a manhã e a tarde em São Borja, na Fronteira Oeste, mantendo-se em 17,3 metros. Conforme a prefeitura da cidade, a tendência é de que o nível baixe aos poucos nos próximos dias, mesmo com a previsão de chuva para o fim de semana.
Pela manhã, prefeitos e representantes de 89 municípios atingidos pela enchente participaram da reunião com secretários estaduais no auditório do Centro Administrativo, em Porto Alegre.
- O Estado está atuando com ações em sua fase emergencial e humanitária, mas que devem se estender a partir do momento que as pessoas atingidas iniciarem a volta para casa - afirmou a secretária da Assessoria Superior do governador, Mari Perusso.
No encontro, o presidente da Federação das Associações de Municípios do Estado (Famurs), Seger Menegaz, solicitou ao governo a assinatura de decreto estadual de situação de emergência. A medida agilizaria a transferência de recursos federais às cidades atingidas. Menegaz também pediu ao Piratini a liberação de R$ 100 mil por prefeitura para reconstrução de rodovias destruídas pela enxurrada.
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