
A aventura criminosa do jovem Luan Barcelos da Silva impôs a ele uma punição centenária. Condenado por cinco dos seis latrocínios (roubo com morte) dos quais é acusado, Luan tem contra si uma pena que soma até agora 104 anos e sete meses de prisão, mais de quatro vezes acima da idade dele, 23 anos, completados em maio.
A mais recente condenação, de 49 anos e sete meses, foi proferida nesta segunda-feira pelo juiz Gildo Meneghello Junior, da Vara Criminal de Santana do Livramento, pela morte dos taxistas Hélio Beltrão do Espírito Santo, 45 anos, e Márcio Fabiano Magalhães de Oliveira, 33 anos. Em fevereiro, Luan já tinha sido condenado a 55 anos, pelos assassinatos de três taxistas na Capital - Eduardo Ferreira Haas, 31 anos, Cláudio Gomes, 59 anos, e Edson Roberto Loureiro Borges, 49 anos.
Desde que foi preso, duas semanas após as mortes, Luan está recolhido na Penitenciária de Alta Segurança de Charqueadas (Pasc). Ele ainda aguarda o julgamento do sexto crime, cuja vítima foi o taxista Enio Rolim Lencina, 55 anos, encontrado morto em Rivera, cidade uruguaia na fronteira com o Brasil. Por causa disso, o Tribunal de Justiça do Estado (TJ) determinou que o caso seja julgado em Porto Alegre. O processo foi designado para a 5ª Vara Criminal e está na fase final de coleta de depoimentos.
Os primeiros três crimes ocorreram em Livramento, na mesma noite de 28 de março de 2013. Em seguida, Luan viajou para Porto Alegre e, duas madrugadas depois, cometeu os outros três assassinatos. Em todos os casos, Luan executou os motoristas e depois pegou pertences das vítimas, como dinheiro e celulares.
Após a condenação de 55 anos, pela 1ª Vara Criminal do Foro Regional do Alto Petrópolis, em Porto Alegre, o então advogado de Luan, Mateus Marques, recorreu da decisão ao TJ, tentando reduzir a punição, alegando eventuais nulidades no processo. Marques não é mais advogado de Luan. Em relação à condenação de 49 anos e sete meses em Livramento, também cabe recurso ao TJ.