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O secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Seneri Paludo, afirmou nesta quinta-feira que o embargo da Rússia à importação de produtos de países que impuseram sanções aos russos em razão da crise na Ucrânia pode abrir portas para uma "revolução" nas exportações brasileiras de carne e grãos (milho e soja).
- Sem dúvida, do ponto de vista de commodities agrícolas, é positivo. A Rússia tem um potencial de grande consumidor de commodities agrícolas, não só de carne - disse.
Segundo ele, o governo brasileiro habilitou 90 plantas frigoríficas para exportar ao mercado russo. A tendência é de que o volume de carne suína e bovina vendida para a Rússia cresça.
- O embargo da Rússia aos Estados Unidos abre uma janela para exportação. O país é um grande consumidor de carne e grãos - afirmou.
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O governo russo anunciou nesta quinta-feira que irá suspender a compra de produtos dos EUA, União Europeia, Canadá, Austrália e Noruega. O gesto foi uma resposta às sanções da Europa e dos EUA envolvendo a anexação da Crimeia.
O presidente Vladimir Putin formalizou a imposição de restrições à importação de produtos agrícolas de qualquer país que tenha aderido ao bloqueio contra Moscou por causa da crise na Ucrânia. A medida aprofunda a crise entre países ocidentais e russos, mas abre as portas para um aumento das exportações brasileiras.
Na avaliação de Paludo, o movimento político do Kremlin pode ter um efeito parecido com a entrada da China na Organização Mundial do Comércio (OMC), em 2011, quando houve um "abalo sísmico" no mercado de commodities agrícolas.
- O embargo é uma grande oportunidade do mercado e do governo para trabalhar para exportar milho e soja (à Rússia). Do mesmo jeito que aconteceu um processo de revolução há 12 anos atrás, talvez a gente esteja vendo um processo que pode causar uma revolução na exportação brasileira - comentou.
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