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O Jornal Nacional deu sequência à série de sabatinas com os principais candidatos à Presidência da República com o Pastor Everaldo (PSC) como entrevistado nesta terça-feira. Patrícia Poeta iniciou as perguntas questionando ao candidato sobre sua falta de experiência na política.
- O senhor nunca foi vereador, deputado estadual, deputado federal ou senador. O Brasil já elegeu candidatos sem nenhuma experiência executiva ou sem nenhuma experiência parlamentar, mas nunca sem as duas. Como os eleitores podem acreditar que o senhor é capaz de governar o país?
O candidato respondeu que tem experiência de vida:
- Nasci na favela, fui camelô, servente de pedreiro e office boy. Me formei e passei para a iniciativa privada, como um empreendedor. Depois, fui presidente da Rio Previdência e subsecretário estadual. Estou na vida política desde 81.
A apresentadora insistiu no tema, e perguntou ao candidato se o país não teria problemas demais para um principiante.
- Aprendi, na minha vida, a trabalhar em equipe. Quando era servente de pedreiro e precisava pintar uma parede, chamava um pintor. Com liderança, acredito que é possível governar com um bom quadro técnico - afirmou o candidato.
Patrícia ainda questionou ao pastor se a inexperiência não o assustava, e se qualquer pessoa pode ser presidente. O candidato afirmou que não se sente assustado, pois aposta no trabalho em equipe, e que qualquer um pode ser presidente, desde que acredite que é capaz.
William Bonner tomou a palavra para questionar sobre as antigas alianças do candidato.
- O senhor foi aliado de Brizola, Lula e Dilma, mostrando acreditar na ideologia da social democracia, com uma presença forte do Estado na economia. Curiosamente, o seu programa de governo prega o oposto: um liberalismo clássico, com a redução da intervenção do Estado. Essa defesa do liberalismo é sincera ou conveniência eleitoral?
- O discurso de esquerda sempre me cativou, como o discurso de Brizola. Como a proposta de inserção social da esquerda era interessante, eu acreditei que ela era melhor, mas no último governo vi que foi estabelecido um aparelhamento do Estado que não vai de encontro com a iniciativa privada e o empreendedorismo.
O apresentador afirmou que há apenas cinco meses o PSC deixou de ser da base aliada, e questionou ao candidato se sua convicção pelo liberalismo tinha apenas cinco meses, já que ele passou quase 30 anos aliado ao discurso mais à esquerda.
- Quando o governo agravou a presença do Estado na economia, decidimos deixar de apoiar. Acreditávamos, como milhões de brasileiros, que a proposta era a melhor.
- Então sua ideologia mudou recentemente? - perguntou o Bonner.
- Não, eu sempre quis o empreendedorismo - afirmou o candidato.
Com a palavra novamente, Patrícia afirmou que, na eleição de 2010, o PSC iria apoiar José Serra, mas de última hora recebeu uma doação de quase R$ 5 milhões do PT. E questionou se esse foi o preço do apoio do partido.
- Metade do partido queria apoiar Serra, metade o PT. Em junho, decidimos fazer a aliança com o PT. Depois, em setembro, na reta final da campanha, recebemos a doação do partido para fazer o material de campanha da majoritária, como outros partidos aliados.
Em seguida, Bonner afirmou que o candidato apresentou propostas que exigem mudanças legais, inclusive na Constituição, o que exigiria uma base aliada forte no Congresso.
Pastor Everaldo respondeu que, quando a proposta é boa, partido nenhum pode negar.
Depois, Patrícia afirmou que o candidato promete melhorar a saúde, a educação, o transporte e ainda investir na polícia e nas forças armadas. No entanto, conforme a apresentadora, em nenhum momento o presidenciável diz de onde vai tirar as verbas para investir nessas áreas, e questionou se são eram promessas vazias
O candidato respondeu que pretende privatizar diversas empresas públicas, como a Petrobras, e com isso obter verbas para esses investimentos.
Em sua palavra final, o pastor afirmou que é contra a legalização das drogas e que pretende criar um Ministério da Segurança Pública.
Já passaram pela sabatina os candidatos Aécio Neves (PSDB), Dilma Rousseff (PT) e o ex-candidato Eduardo Campos (PSB), morto em acidente aéreo na última quarta-feira.