
A polícia informou que o sequestrador do mensageiro do hotel St. Peter, em Brasília, se entregou por volta das 16h desta segunda-feira. O sequestro que começou as 9h desta manhã obrigou a Polícia Civil a esvaziar o hotel na área central de Brasília depois que o homem armado anunciou o ataque terrorista, fez de refém o mensageiro e ameaçou explodir o local.
O refém, de aproximadamente 49 anos, foi levado ao décimo terceiro andar, algemado e obrigado a usar um colete que supostamente levava explosivos. O sequestrador ameaçou detonar as dinamites que, segundo a polícia, seriam suficientes para destruir boa parte do hotel. Cartas de despedida foram escritas por ele na sexta-feira.
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Desde as 10h, negociadores, incluindo especialista em bombas, tentaram libertar o funcionário do hotel. O St. Peter foi evacuado e teve o sinal de TV cortado. Atiradores de elite foram posicionados em prédios próximos. Por volta das 16h, o sequestrador apareceu na sacada algemado ao refém que não utilizava mais o colete.
Conforme o delegado Paulo Henrique Almeida, diretor de comunicação da Polícia Civil do Distrito Federal, o sequestrador não fez pedidos de dinheiro pelo resgate. Suas exigências eram a aplicação imediata da Lei da Ficha Limpa e a extradição do italiano Cesare Battisti.
Sequestrador já foi candidato a vereador
O nome do sequestrador é Jac Souza dos Santos, tem 30 anos, e foi candidato a vereador pelo PP na cidade de Combinado, interior de Tocantins. Jac tem uma fazenda avaliada em R$ 600 mil. Ele também foi secretário de Agricultura da cidade de Combinado.
O nome da vítima, que é funcionário do hotel, é Ailton. O nome de Ailton foi confirmado por Clodoaldo Andrade, que é secretário-geral do PTN e ex-gerente do hotel, que tem entre eus sócios o presidente da sigla, José de Abreu.
Hotel fica em zona nobre da Capital Federal
O hotel St. Peter é um colosso formado por 424 apartamentos, encravado na área central de Brasília. Com localização nobre, fica no meio do setor hoteleiro, a cerca de 10 minutos da Praça dos Três Poderes. Por fora, é um paredão retangular com varandas voltadas para a Esplanada, cortado ao meio por uma torre espelhada. Por dentro, contrasta alas reformadas e outras carentes de reparos.
Com pilares, o hall de entrada é cercado por espelhos e traz dois lustres no alto. O hóspede entra e depara com sofás, quadros e vasos. À direita, fica um cybercafé, à esquerda está a recepção. O balcão negro é passagem obrigatória para os elevadores e escadas que dão acesso à área de gastronomia, eventos, lazer e quartos.
O quatro estrelas de grande porte já pertenceu ao ex-deputado Sérgio Naya (PP-MG), cassado e preso após o desabamento do edifício Palace 2, em 1998, no Rio de Janeiro. Naya morreu em 2009.
No ano passado, o estabelecimento ganhou mídia por oferecer emprego ao ex-ministo José Dirceu (PT-SP), condenado no processo do mensalão.
*Zero Hora, com Estadão Conteúdo