Mariane Souza (D) escolhe alpargatas para comprar para o filho, Pedro
Foto: Mateus Bruxel / Agência RBS
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Tem tanta gente comprando - e comendo - no Acampamento Farroupilha que os açougues mal dão conta. Logo se vê por quê: cada canto do Parque Maurício Sirotsky Sobrinho, em Porto Alegre, tem uma churrasqueira, um piquete e diversos gaúchos caminhando ao redor ou confraternizando com os amigos e até alguns desconhecidos: tudo acompanhado de muita fumaça e aquele cheiro característico de carne assando. E haja espeto para alimentar tanta gente.
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A primeira parte da temporada tradicionalista chegou a surpreender quem esperava que a movimentação mesmo só fosse começar a partir da última semana. Dono de um ponto agitado no meio do acampamento, Heitor Alves Colar garante que dá conta da demanda e revela: desde 7 de setembro, negociou mais de 10 mil quilos de carne no local.
O número impressiona, mas amiúda-se quando comparado com os 42 mil quilos que eles diz ter vendido no ano passado ao longo de um mês. Só assim para entender que a quantidade esteja abaixo do esperado até agora.
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- Demorou para engrenar, as vendas ficaram até abaixo da nossa expectativa. Só que agora tende a melhorar - explica Colar, do Açougueiro da Feira.
Por outro lado, há onde as centenas e centenas de quilos de carne recebidas diariamente não bastem. Reque Machado, responsável por um mercado em pleno acampamento, prefere não revelar os números, mas afirma que nunca recebe carne o suficiente: tudo o que chega é vendido no mesmo dia. Ele explica que aprendeu, nos oito anos em que trabalha no parque, a calcular o quanto o gaúcho vai consumir. Ainda assim, se mostra surpreso - e contente - com as vendas.
Nos próximos dias, não deve ser diferente. Este domingo de Acampamento Farroupilha foi de movimento intenso no Parque Maurício Sirotsky Sobrinho, e a expectativa é de que aumente ainda mais nesta semana derradeira. A administração ainda não tem dados referentes ao comércio e público, mas no fim de semana havia pouco espaço para caminhar (e nenhum para estacionar). Nas lojas, o mesmo sucesso.
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Apesar de não ter tanta procura quanto os açougues - que, claro, estão em número menor -, o comércio de roupas também não tem do que reclamar. Entre uma compra na praça de alimentação ou uma passagem culinária pelos piquetes, muitos recorrem às lojas tradicionalistas para reforçar o visual campeiro. Com o clima quente deste inverno atípico, as botas deram lugar às alpargatas e os chinelos campeiros na lista de itens mais vendidos. Mas o restante da indumentária gauchesca não fica para trás.
- Às vezes, o gaúcho não está com vontade de comprar nada, mas vem para cá e sai de chapéu e bombacha - afirma Aldemar Lopes de Carvalho, do Canto do Guasca, completando a frase entre um atendimento e outro.
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E foi todo pilchado que saiu o pequeno Pedro Henrique Bastos, seis anos, morador da Capital. Não sem uma pedra no caminho: a bota, novinha, que ele estreou hoje no acampamento, acabou machucando seus pés. A mãe do garoto, Mariane Souza, não deixou por menos. Lá foi ela comprar um par de alpargatas para o guri. Os lenços, chapéus e cintos não ficam para trás na preferência dos consumidores. Então as vendas estão boas?
- Esta semana que vai dar a resposta - reflete Mara Padilha, de Caxias do Sul, enquanto organiza vestidos nas araras. - Até agora, não tenho do que me queixar. Espero que daqui para frente continue assim.