
O responsável por manter um homem refém por quase oito horas dentro de um hotel em Brasília, nesta segunda-feira, entregou um áudio à polícia em que pede desculpas e revela suas intenções ao realizar a ação.
Na gravação, Jac Souza dos Santos afirma que jamais teve a intenção de ferir alguém e conta por que praticou o sequestro:
- Hoje o Brasil teve um dia de crise. Crise essa em que eu vim reivindicar os direitos por igual para todas as pessoas neste território e lutar para pôr um fim na história de corrupção no nosso país.
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Santos ainda reforçou críticas ao governo, dizendo que "juntos somos um gigante adormecido e que precisamos acordar".
- Nos tempos atuais somos insignificantes para o governo. Por isso, ele nos subestima, nos trata com total descaso - fala o homem no áudio, que foi divulgado pelo portal G1.
A Justiça deve decidir ainda nesta terça-feira o destino de Jac Souza Santos.
Segundo o titular da 5ª Delegacia de Polícia, delegado Marco Antônio de Almeida, o sequestrador permanece preso administrativamente.
- Ele está à disposição da Justiça. Agora, cabe ao Judiciário decidir. Acredito que isso deve ocorrer ainda hoje - ressaltou.
Conforme o delegado, apesar de Santos ter cometido crime de cárcere privado e causado à vítima grande sofrimento psicológico, o que gera uma pena de dois a oito anos de reclusão, ele pode ser posto em liberdade.
- Reitero que isso é decisão do Judiciário, mas realmente cabem medidas para que ele possa responder em liberdade - explicou.
Autorizado a dar entrevistas na delegacia, Jac informou que o artefato não era uma bomba, não tinha poder letal e foi fabricado durante meses.
- O material não passa de um pouco de cimento, pó de serragem de madeira e cola. Os fios eram para lembrar um sistema explosivo - disse.
Jac Souza Santos foi secretário municipal de Agricultura na cidade de Combinado, no Tocantins, candidato a vereador derrotado em 2008 e era réu primário.
* Zero Hora, com agências