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À beira da guerra

Kiev anuncia acordo de cessar-fogo no leste da Ucrânia, mas Rússia nega

Governo russo informou que não negociou acordo com o país vizinho porque "não é parte do conflito"

MIKHAIL KLIMENTYEV / RIA-NOVOSTI
Ocidente acusa Rússia de enviar armamentos e soldados par o país vizinho, o que Putin nega

Kiev anunciou, nesta quarta-feira, um acordo de cessar-fogo permanente com Moscou no leste separatista da Ucrânia. O anúncio foi desmentido pela Rússia, que defende que não é parte do conflito.

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- É muito cedo para dizer o que significa este cessar-fogo - disse o presidente americano Barack Obama na Estônia, país que visita com o objetivo de manifestar o apoio a Kiev.

O gabinete do presidente ucraniano Petro Poroshenko informou que ele e o presidente russo, Vladimir Putin, alcançaram o acordo em uma conversa telefônica.

- O presidente ucraniano conversou com o presidente russo sobre um cessar-fogo total (...) Concordaram com um cessar-fogo em Donbass (região separatista do leste) -  afirmou um comunicado.

Alguns minutos mais tarde, a Rússia negou a versão e afirmou que apoia o acordo de cessar-fogo, mas que não negociou porque não é parte do conflito armado, iniciado em abril.

- Putin e Poroshenko conversaram de fato sobre os passos que levariam a um cessar-fogo entre os rebeldes e as tropas ucranianas. Mas a Rússia não pode negociar um cessar-fogo, já que não participa no conflito - disse o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov.


Conflito é a pior crise entre ocidente e Rússia desde a Guerra Fria

A Rússia voltou a desmentir assim o envolvimento no conflito ucraniano, apesar das acusações dos países ocidentais e da Otan de que Moscou enviou armamento e mais de 1.000 soldados ao país vizinho.

Segundo o jornal New York Times, a Otan pretende adotar um plano de ação com uma força de 4 mil soldados prontos para serem mobilizados em até dois dias ante qualquer movimentação militar russa no leste da Europa. A Rússia advertiu que pretende reagir à "ameaça" representada pelo reforço da presença da Otan perto de suas fronteiras e acusou os países ocidentais de contribuir para a escalada na Ucrânia.

O conflito provocou mais de 2.600 mortes até o momento e a crise mais grave entre o Ocidente e a Rússia desde o fim da Guerra Fria.

*AFP

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