
Kiev anunciou, nesta quarta-feira, um acordo de cessar-fogo permanente com Moscou no leste separatista da Ucrânia. O anúncio foi desmentido pela Rússia, que defende que não é parte do conflito.
Confira todas as notícias sobre a crise na Ucrânia
Leia todas as últimas notícias de Zero Hora
- É muito cedo para dizer o que significa este cessar-fogo - disse o presidente americano Barack Obama na Estônia, país que visita com o objetivo de manifestar o apoio a Kiev.
O gabinete do presidente ucraniano Petro Poroshenko informou que ele e o presidente russo, Vladimir Putin, alcançaram o acordo em uma conversa telefônica.
- O presidente ucraniano conversou com o presidente russo sobre um cessar-fogo total (...) Concordaram com um cessar-fogo em Donbass (região separatista do leste) - afirmou um comunicado.
Alguns minutos mais tarde, a Rússia negou a versão e afirmou que apoia o acordo de cessar-fogo, mas que não negociou porque não é parte do conflito armado, iniciado em abril.
- Putin e Poroshenko conversaram de fato sobre os passos que levariam a um cessar-fogo entre os rebeldes e as tropas ucranianas. Mas a Rússia não pode negociar um cessar-fogo, já que não participa no conflito - disse o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov.
Conflito é a pior crise entre ocidente e Rússia desde a Guerra Fria
A Rússia voltou a desmentir assim o envolvimento no conflito ucraniano, apesar das acusações dos países ocidentais e da Otan de que Moscou enviou armamento e mais de 1.000 soldados ao país vizinho.
Segundo o jornal New York Times, a Otan pretende adotar um plano de ação com uma força de 4 mil soldados prontos para serem mobilizados em até dois dias ante qualquer movimentação militar russa no leste da Europa. A Rússia advertiu que pretende reagir à "ameaça" representada pelo reforço da presença da Otan perto de suas fronteiras e acusou os países ocidentais de contribuir para a escalada na Ucrânia.
O conflito provocou mais de 2.600 mortes até o momento e a crise mais grave entre o Ocidente e a Rússia desde o fim da Guerra Fria.
*AFP