
A reintegração de posse que estava prevista para a manhã desta terça-feira, na zona sul de Porto Alegre, foi suspensa. Brigada Militar, CEEE, oficiais de Justiça e Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) já estavam no local quando o advogado Paulo René chegou com uma decisão liminar determinando a suspensão da ação.
- Essa foi um vitória do movimento pelo direito à moradia. O despacho do desembargador foi no sentido de, antes de desalojar as pessoas, oferecer um lugar pra colocá-las - analisa René.
A área invadida há três meses por cerca de 200 pessoas tem 11 hectares. O terreno é privado e fica na Rua Celestino Bertolucci, próximo à Avenida Juca Batista.
- É uma decisão meramente política. Estamos a um mês das eleições. Isto aqui tem propriedade e está se prolongando por mais de 90 dias- reclama Ricardo Aloísio, advogado do dono do terreno.
Conforme a defesa dos moradores do local, que formaram a Cooperativa Habitacional Morada do Vento, existe um ilícito penal de parcelamento do solo - contratos de compra e venda de partes do terreno:
- Esse parcelamento é irregular, mas quem tem que fiscalizar essa legislação? É o município - afirma René.
O comandante do 21º Batalhão de Polícia Militar (BPM), tenente-coronel Oto Amorim, relata que 170 policiais militares foram deslocados para a reintegração de posse.
Cerca de 200 moradores moram na área invadida na zona sul de Porto Alegre
Foto: Bruna Scirea
No final de julho, a reintegração de posse da mesma área já havia sido adiada. A alegação da Brigada Militar foi de que o proprietário do terreno não cumpriu com as obrigações tratadas em encontros com órgãos públicos. Representantes da família proprietária disseram, na época, que foram disponibilizados seis caminhões, mas houve atraso de meia hora na chegada dos veículos, e a BM não quis esperar.
*Zero Hora
