
A chuva acumulada ao longo da última semana no norte e no oeste do Estado provoca problemas na região. Em São Borja, o nível do Rio Uruguai chegou a 12,55 metros (a média é quatro), de acordo com a divisão da Defesa Civil na Fronteira Oeste, e atingiu toda a parte dos bares do cais da cidade. Quarenta famílias tiveram que sair de casa. Ao todo, no Rio Grande do Sul, 423 pessoas estão desalojadas e 60, desabrigados.
Conforme o capitão Gerson Corrêa de Mello, coordenador da Defesa Civil na região, a água está subindo em torno de 50 centímetros a cada seis horas. A tendência, contudo, é que o ritmo diminua. A previsão é de que o tempo fique seco no norte do Estado - onde fica a nascente do rio - até o domingo de eleições.
Entre os dias 29 de setembro e 1º de outubro, choveu 190 milímetros em Santa Rosa, o que deixou a terra úmida e com menor capacidade de escoamento:
- Em três dias, tivemos mais água do que costuma cair na média do bimestre setembro-outubro, que é de 170 milímetros. Em setembro, em apenas 10 dias não choveu - explica o meteorologista da Somar Meteorologia Celso Oliveira.
Leia as últimas notícias de Zero Hora
No mesmo período, em São Borja, o acumulado foi de 160 milímetros.
Apesar da trégua, o problema das chuvas deve persistir. As previsões mostram que outubro deve ter um volume acima da média.
- O problema não acabou. As simulações apontam que a chuva deve continuar com bastante intensidade depois do dia 10 de outubro - diz Oliveira.
Setembro e outubro são, tradicionalmente, os meses mais chuvosos do Estado. Para piorar, as frentes frias estão mais estacionárias por causa do efeito do El Niño, que, mesmo fraco, ajuda a prolongar os eventos chuvosos.
Em junho, quando uma forte enchente atingiu as regiões Norte e Oeste, mais de 20 mil pessoas tiveram que sair de casa, e 121 cidades decretaram estado de emergência por causa das enxurradas. Na ocasião, o Rio Uruguai atingiu uma altura de 17,35 metros, deixando grande parte de São Borja debaixo da água.