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Criminalidade

Com 1,7 mil homicídios, 2014 tem maior violência no Rio Grande do Sul desde 2002

Dados da Secretaria de Segurança Pública apontam 1.697 homicídios dolosos até setembro, índice superior a todos os anos desde 2002

Ricardo Duarte / Agência RBS

A escalada da violência atingiu o índice mais alto dos últimos 12 anos em 2014, como mostram os dados da criminalidade divulgados nesta quarta-feira pela Secretaria de Segurança Pública (SSP) do Rio Grande do Sul. De janeiro a setembro, foram 1.697 homicídios dolosos no Estado, número superior a todos os anos, desde 2002, para o mesmo período.

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Em relação a 2013, o percentual de homicídios dolosos cresceu 19,6% nos três trimestres analisados - de 1.419 para 1.697. O secretário de Segurança Pública, Airton Michels, afirma que o Rio Grande do Sul está dentro de "um contexto do país" e que não há "uma ciência" para resolver o problema da criminalidade.

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Michels argumenta que a implantação de delegacias especializadas em elucidar homicídios ainda levará tempo para resultar em menos crimes violentos. O secretário diz também que 70% das mortes são causadas por confrontos entre gangues pelo tráfico:

- A apuração dos assassinatos envolve readequações também no Poder Judiciário para diminuir a impunidade. Investimos muito na prisão de traficantes e isso tem um ônus, que é a abertura dos pontos de drogas e novas disputas. Sobre os latrocínios (roubos seguidos de mortes), não temos uma explicação técnica.

De acordo com a SSP, foram 85 latrocínios até agora em 2014; no ano passado, 105; em 2012, 59; em 2011, 65; e em 2010, 56.

Veja os indicadores em todas as cidades em 2014:

Depois de uma década, 78% mais homicídios

Quando comparado aos nove primeiros meses de 2004, o número de homicídios dolosos deste ano é 78% superior. Em uma década, passou de 950 crimes para 1.697. Para o sociólogo e professor do Programa de Pós-Graduação em Ciências Criminais da PUCRS Rodrigo Azevedo, os governos estaduais têm falhado em criar políticas preventivas.

Ele critica a falta de um planejamento de longo prazo que envolva municípios, Estados e a União para o combate à criminalidade. Azevedo também acredita que a falta de investimentos públicos para combater a desigualdade social é um dos principais fatores, segundo ele, da violência urbana do Brasil:

- Há problemas estruturais nas polícias e falta de integração entre elas e o Ministério Público. Com isso, temos perda de capacidade nas investigações. O sistema carcerário, totalmente desafado e controlado por facções, contribui para piorar o quadro. Entra governo e sai governo, e a situação só piora.

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