
A quadrilha que roubava carros em Porto Alegre e na Região Metropolitana funcionava com a agilidade de uma empresa profissional.
O bando, que foi o alvo de uma operação deflagrada pela Polícia Civil na manhã desta quinta-feira, "faturou" pelo menos R$ 3 milhões no comando de um sistema que controlava do roubo à revenda dos veículos.
O delegado Tiago Baldin conta que as investigações têm quatro meses, mas que o bando atuava há mais tempo. No início, pensava-se que os veículos eram roubados em crimes individuais. Aos poucos, porém, a polícia percebeu que existia um padrão, indicando que havia uma quadrilha por trás dos assaltos.
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Todo o processo comercial era controlado pelo bando. A cadeia produtiva do crime seguia uma lógica, conforme o delegado: os veículos eram roubados em diferentes áreas da Região Metropolitana. Em seguida, ganhavam documentos falsos para ter uma aparente legalidade. Por fim, eram vendidos a revendedoras por um preço abaixo do mercado, que os comercializavam rapidamente.
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Baldin calcula que em torno de cem veículos foram levados - inclusive dois jet skis no valor de R$ 60 mil cada e duas lanchas, uma delas de R$ 200 mil. Os carros eram de todos os modelos, mas havia uma preferência pelos mais caros:
- Gostavam muito de caminhonetes. Tinham um gosto bem peculiar para carros de alto custo.
E foi o gosto pelo luxo que facilitou as investigações da polícia. Os bandidos documentavam os resultados financeiros dos crimes pelo Facebook. Não bastava ter o dinheiro, era preciso ter fotos com carros e em festas nas lanchas roubadas nos perfis pessoais.
Na manhã desta quinta-feira, foram expedidos sete pedidos de prisões preventivas em Porto Alegre, Viamão e no Litoral - cinco deles foram cumpridos. A lista de acusações é extensa: associação criminosa, roubo, furto, falsidade ideológica, uso de documentos falsos, entre outros. Todos os presos foram encaminhados ao Presídio Central.
- Foram da lancha para o xadrez - diz o delegado.
Foto: Polícia Civil/Divulgação
