
Apontado como o operador do PMDB no suposto esquema de desvio de recursos da Petrobras, o lobista Fernando Soares, conhecido como Fernando Baiano, negou ter ligação com o partido em depoimento prestado à Polícia Federal, em Curitiba, na tarde desta sexta-feira. Preso desde terça-feira na sétima etapa da Operação Lava-Jato, o suspeito foi interrogado por mais de duas horas.
Leia as últimas notícias sobre a Operação Lava-JatoAdvogado de Fernando Baiano diz que seu cliente é "bode expiatório"Fernando Baiano se entrega à polícia e tem habeas corpus negado
Ao deixar a sede da PF por volta das 17h30min, o advogado Mario Oliveira Filho evitou dar detalhes sobre o conteúdo do depoimento. Limitou-se a afirmar que o cliente respondeu tudo o que lhe foi perguntado e que a conversa "foi tranquila".
Questionado sobre a relação de Baiano com o PMDB, apontada pelo doleiro Alberto Youssef, delator do caso, o defensor foi taxativo:
-Eu me comprometi a não falar o conteúdo (do depoimento). Obviamente que ele nunca teve nada com o PMDB. Isso já vinha sendo dito desde o início.
Antes de deixar o local, cerca por duas dezenas de jornalistas, Oliveira Filho ainda assegurou que não há expectativa de que Baiano venha a fazer acordo de delação premiada. Ele também disse esperar que ele seja solto neste sábado, quando expira o mandado de prisão temporária do lobista, que inicialmente seria ouvido na quarta. Na ocasião, Oliveira Filho disse que seu cliente estaria sendo usado como "bode expiatório" no processo.
A tendência é de que o juiz Sérgio Moro, responsável pelo processo, prorrogue a detenção ou determine prisão preventiva, com prazo indefinido, como fez com seis empresários ao longo da semana.
Na linha do tempo, veja os fatos que marcaram a Lava-Jato: