Mais um investigado na Operação Lava-Jato se entregou nesta terça-feira na Superintendência da Polícia Federal em Curitiba, no Paraná. Fernando Antonio Falcão Soares, conhecido como Fernando Baiano, se apresentou esta tarde aos delegados que investigam o caso.
Fernando era considerando foragido pela Polícia Federal desde a última sexta-feira, quando as prisões foram determinadas pela Justiça Federal no Paraná. Durante as investigações, delatores do suposto esquema de corrupção na Petrobras afirmaram em depoimentos que Fernando Baiano cobrava propina em nome do PMDB. O partido nega as acusações e afirma que não tem ligações com o investigado.
Até o momento, dos 25 mandados de prisão emitidos pela Justiça Federal, somente um ainda não foi cumprido. Adarico Negromonte Filho continua foragido.
Justiça nega habeas corpus a Baiano
Fernando Baiano também teve o pedido de habeas corpus negado nesta terça-feira pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4). A defesa pedia a suspensão da prisão temporária, alegando que ele havia se colocado à disposição da autoridade policial, que não fez qualquer tentativa de esquivar-se da investigação, que as provas obtidas em delação premiada ainda devem ser submetidas ao contraditório e que já foram coletadas as provas necessárias, sendo injustificada a detenção.
Conforme o desembargador federal João Pedro Gebran Neto, relator do caso Lava-Jato no tribunal, não se verifica qualquer ilegalidade na decisão que determinou a custódia de Baiano, havendo, segundo o magistrado, "fundadas razões de autoria e participação do indiciado no esquema criminoso".
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Em seu voto, Gebran Neto observou que "os depoimentos de Paulo Roberto Costa e de Alberto Youssef são convergentes em apontar o paciente como um dos operadores do esquema criminoso de cartelização e distribuição de propina no seio da maior estatal brasileira".
O desembargador ressaltou que outros dois delatores, Augusto Ribeiro de Mendonça e Julio Gerin de Almeida Camargo também deram detalhes do esquema de cartelização existente, passando por fraudes a licitações, lavagem de ativos por intermédio de Alberto Youssef e pagamento de propinas a agentes públicos.
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O desembargador salientou o depoimento de Julio Gerin de Almeida Camargo, no qual este explicou em detalhes como era feita a distribuição de propina, "que seria em torno de US$ 8 milhões, com suposta atuação de Soares, utilizando-se de contas das empresas Techinis Engenharia e Consultoria S/C Ltda. e Hawk Eyes Administração de Bens Ltda".
Por fim, citou a prova contida em papéis apreendidos nas buscas e apreensões, nas quais estariam discriminados valores a serem recebidos ou pagos por Soares num montante superior a R$ 2 milhões. A defesa de Baiano impetrou mais dois habeas corpus, mas tinham o mesmo pedido e foram indeferidos.
Em cronologia, veja os principais fatos da Operação Lava-Jato:
* Zero Hora, com agências
Operação Lava-Jato
Fernando Baiano se entrega à polícia e tem habeas corpus negado
Ele era considerando foragido desde a última sexta-feira
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