
A Polícia Federal (PF) cumpre 85 mandados judiciais nos Estados do Paraná, de São Paulo, do Rio de Janeiro, de Minas Gerais, de Pernambuco e no Distrito Federal, sendo 21 de prisão temporária, nove de condução coercitiva e 49 de busca e apreensão, na sétima fase da Operação Lava-Jato. A ação decorre da análise de material apreendido e de depoimentos colhidos em fases anteriores.
Um dos presos nesta manhã foi o ex-diretor de serviços da Petrobras, o engenheiro Renato Duque. A diretoria que ele comandou de 2003 até 2012 é responsável pelas licitações de 12 obras da refinaria Abreu e Lima. O ex-diretor da estatal seria o interlocutor do PT na Petrobras e, segundo as investigações, seria responsável por repassar porcentuais dos contratos assinados para o partido.
Além de Duque, foram presos o vice-presidente da construtora Mendes Júnior, Sérgio Cunha Mendes e o diretor da Iesa Óleo e Gás, Otto Garrido Sparenberg - era ele quem definia quais funcionários seriam transferidos das outras unidades para a fábrica da empresa em Charqueadas. Os policiais também vasculharam endereços da Odebrecht e de três de seus executivos - Márcio Faria da Silva, Rogério Campos de Araújo e Saulo Vinicius Rocha Silveira. Eles são suspeitos de pagar propina a dirigentes da Petrobras em troca de contratos superfaturados em obras da estatal.
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Segundo a PF, 11 mandados de busca e apreensão estão sendo cumpridos em grandes empresas - sendo cinco das maiores empreiteiras do país, o braço financeiro do esquema de corrupção na petrolífera.
As empreiteiras repassariam propina a agentes públicos para conseguir contratos na petroleira. A Justiça bloqueou R$ 720 milhões em bens de 36 investigados nesta sétima fase da Lava-Jato. Três empresas de um dos operadores do esquema também tiveram as contas bloqueadas.
O ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa e o doleiro Alberto Youssef, presos em março pela Operação Lava-Jato, disseram à Justiça que grandes empreiteiras, como a Camargo Correia e a Queiroz Galvão, participavam de um esquema de superfaturamento de contratos com a Petrobras para o repasse de recursos a partidos políticos.
Os envolvidos responderão por crimes de formação de quadrilha, formação de cartel, corrupção, fraude à Lei de Licitações e lavagem de dinheiro.
* Zero Hora, com agências