A defesa do empresário Shinko Nakandakari, apontado por um dos diretores da Galvão Engenharia como operador da Diretoria de Serviços da Petrobras em um suposto esquema de cobrança de propina, pediu à Justiça Federal que ele seja ouvido "a fim de trazer os fatos de volta à realidade". A petição foi apresentada na manhã desta terça-feira ao juiz Sérgio Moro, responsável pela Operação Lava-Jato, que investiga a suspeita de desvio de recursos na estatal.
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Os advogados Pedro Luiz Bueno de Andrade e Rogério Fernando Taffarello, que assinam o documento em nome de Nakandakari, pedem cópia integral dos autos da investigação, em especial do depoimento prestado por Erton Medeiros Fonseca, diretor da Galvão Engenharia, e "tudo mais" que envolva o nome do cliente.
A intenção dos defensores é assegurar que o empresário "possa ter ciência de todos os fatos e, ainda, prestar às autoridades os esclarecimentos necessários". Eles destacam que Nakandakari está "à inteira disposição da Polícia Federal, do Ministério Público Federal e da Justiça Federal para colaborar com as investigações em tudo o que for necessário".
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Na tarde de segunda-feira, a defesa de Fonseca havia apresentado uma série de documentos para comprovar o suposto pagamento de R$ 8,8 milhões em propina para não perder contratos com a estatal. Conforme os advogados de Erton Medeiros Fonseca, que está detido na sede da Polícia Federal em Curitiba (PR), o dinheiro teria sido entregue a à empresa de consultoria LFSN, ligada a Nakandakari.
O empresário foi indicado pelo executivo da Galvão Engenharia como operador da Diretoria de Serviços da Petrobra no suposto esquema. À época, o setor era chefiado por Renato Duque, que também está preso na PF e teria sido indicado ao cargo pelo PT.