Não há estrelas na lista dos 13 ministros anunciados pela presidente Dilma Rousseff. Nenhum Pelé, nenhum Adib Jatene, nenhum Gilberto Gil. Fragilizada pelas denúncias de corrupção na Petrobras, Dilma rendeu-se à lógica dos arranjos políticos montados para garantir a governabilidade e acomodar os grupos que medem forças no PT.
O PMDB do vice-presidente Michel Temer está levando seis ministérios e conseguiu emplacar na Aviação Civil o deputado gaúcho Eliseu Padilha, até pouco tempo um dos maiores críticos do PT e um dos políticos que os petistas mais abominavam. Mudou o PT ou mudou Padilha? Mudaram ambos. Como na música Quem te viu, quem te vê, de Chico Buarque, "quem não o conhece não pode mais ver pra crer".
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Íntimo de Temer, Padilha fez por merecer o ministério. Não concorreu à reeleição e transformou seu escritório de advocacia em Porto Alegre num bunker da campanha de Dilma e Temer, contrariando a maioria do PMDB gaúcho, que largou com Eduardo Campos (PSB), abraçou a candidatura de Marina Silva (PSB) e apoiou Aécio Neves (PSDB) no segundo turno. Padilha fará companhia a outro peso-pesado do PMDB, o ex-governador do Amazonas Eduardo Braga (Minas e Energia) e à senadora Kátia Abreu, presidente da Confederação Nacional da Agricultura, uma escolha pessoal de Dilma.
Em nome de interesses políticos, Dilma rifou Henrique Paim, técnico de reconhecida competência no Ministério da Educação, e nomeou o ex-governador Cid Gomes (PROS), do Ceará. Gilberto Kassab (PSD), ex-prefeito de São Paulo, levou uma das joias da coroa, o Ministério das Cidades.
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Opinião
Rosane de Oliveira: "Fragilizada, Dilma monta o time possível"
Mais 13 ministros foram anunciados pela presidente nesta terça-feira
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