
Após ter seu nome divulgado na lista de políticos suspeitos da Operação Lava-Jato, o presidente da Câmara de Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), garantiu em sua página do Twitter que há "absurdos" contra ele no pedido de investigação feito pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot. Ainda, Cunha classificou o inquérito de Janot como "alopragem" e "piada".
"Os absurdos são vários, primeiro atribuir pato de terceiro sem provar, atribuir o recebimento sem provar e ainda supor que eu era beneficiário. (...) O segundo grande absurdo é como me atribuir o benefício de doação a comitê financeiro do partido como se fosse minha? (...) É uma piada essa peça do procurador e causa estranheza que não tenha me pedido explicações, como aliás sempre foi praxe na PGR. (...) É mais uma alopragem que responderei e desmontarei com relativa facilidade", publicou na rede social.
Para Cunha, a Procuradoria agiu com motivação política.
"O PGR agiu como aparelho visando a imputação política de indícios como se todos fossem participe da mesma lama", postou no Twitter.
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Ao jornal O Estado de S. Paulo, Cunha disse que a PGR agiu politicamente em conjunto com o governo.
- Querem deixar todos iguais para, juntos, buscarem solução - defendeu-se.
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O presidente da Câmara será investigado por suposta prática de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Cunha foi citado à Polícia Federal pelo policial Jayme Alves de Oliveira Filho, o Careca - acusado de ser o "carregador de malas" do doleiro Alberto Youssef.
Em dois depoimentos, ele citou o nome do presidente da Câmara. No primeiro, contou que levou dinheiro duas ou três vezes a uma casa amarela em um condomínio na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, e que Youssef havia dito que o endereço era de Eduardo Cunha. Já no segundo, em retificação, Careca disse que o imóvel estava localizado em um outro condomínio no mesmo bairro e que não tinha como saber se era mesmo o endereço de Cunha.
Segundo Cunha, ele foi incluído na lista por motivos políticos porque Careca é o único a citar o senador e ex-governador Antonio Anastasia (PSDB-MG).
- A única citação ao Anastasia está no depoimento do tal policial Careca. Para legitimarem, tinham de me pôr também - alegou ao Estadão.
O Presidente da Câmara também foi alvo de uma acusação feita por Youssef no âmbito da delação premiada.
* Com informações de Estadão Conteúdo