A Polícia Federal suspeita que o esquema de fraudes no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf) possa ter negociado também sentenças judiciais, publicou nesta quinta-feira o jornal O Estado de S. Paulo.
De acordo com escutas autorizadas pela Justiça, inveestigados teriam sido flagrados negociando o pagamento para a obtenção de uma liminar em favor do banco BVA - o serviço custaria entre R$ 60 milhões e R$ 80 milhões - para reverter a ordem de falência da instituição financeira.
De acordo com a Polícia Federal (PF), o ex-presidente do Carf Edison Pereira Rodrigues teria oferecido a venda da liminar ao empresário Chiqueki Murakami, apontado pela PF como um captador de clientes para o suposto esquema de corrupção. Segundo o Estado, o diálogo citaria um advogado, chamado apenas de Marcos, como destino da proposta.
- Transmite para o Marcos: cliente do Forte no Tribunal Regional Federal tem conseguido liminar para um monte de coisa, tá? Tenho conseguido liminar e muitas coisas mais - diz Rodrigues em um dos telefonemas.
Em relatório da PF enviado à Justiça, a propina seria paga em três parcelas, conforme o sucesso da operação, e seria de R$ 70 milhões no total. Posteriormente, Murakami teria dito ao ex-conselheiro que o banco pediu para "abortar tratativas". A falência foi mantida pela Justiça.
A defesa de Rodrigues informou ao jornal que não poderia comentar detalhes da investigação, que corre em sigilo. Murakami não foi localizado, e os administradores da massa falida do BVA disseram desconhecer qualquer negociação para a compra de uma liminar.
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