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O presidente da CPI das Próteses, senador Magno Malta (PR-ES), está em Porto Alegre desde quinta-feira para realizar audiências da comissão, já que a Capital concentra o maior número de vítimas do esquema. O senador avaliou que o esquema de implantação de próteses superfaturadas e desnecessárias em pacientes era operado por uma "máfia" que, segundo ele, enriqueceu muitas pessoas no Rio Grande do Sul. As informações são da Rádio Gaúcha.
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Na primeira sessão, o senador ouviu oito pessoas, entre representantes da Federação dos Hospitais, Polícia Civil, Ministério Público e Procuradoria-Geral do Estado.
Também prestou depoimento uma das vítimas. No total, a CPI convocou oito pessoas lesadas pelo esquema, mas somente o funcionário público estadual Édison Rocha de Castro compareceu. As demais testemunhas serão reconvocadas. Se não quiserem falar, a CPI vai solicitar acesso aos depoimentos concedidos à polícia.
No depoimento, o funcionário público estadual Edison Rocha de Castro, que veio de Rio Grande para falar à CPI, contou que tem um problema de coluna e precisa colocar uma prótese na lombar. No relato, contou que foi orientado pelo médico a ingressar na justiça para pedir a prótese, que não é coberta pelo IPE. Uma advogada de Porto Alegre, indicada pelo médico, entrou com a ação. A liminar da Justiça foi favorável ao paciente, mas suspensa pela investigação. Ele ainda não foi submetido à cirurgia.
CPI vai ouvir médicos
Nesta sexta-feira, a CPI vai ouvir médicos, advogados e empresas responsáveis pela comercialização de próteses. Pelo menos um médico e uma advogada já informaram que não vão comparecer. O presidente da comissão, senador Magno Malta, destacou que eles serão "convocados coercitivamente" para depôr.
O caso da fraude das próteses foi revelado em matéria do jornalista Giovani Grizoti em janeiro, no programa Fantástico, da TV Globo.