
Em depoimento na Procuradoria-Geral da República (PGR), o deputado federal Afonso Hamm negou qualquer envolvimento com esquema de corrupção na Petrobras e afirmou que os responsáveis pelos desvios na estatal tentam diluir a responsabilidade. O parlamentar é um dos seis integrantes do PP-RS investigados na Operação Lava-Jato, em virtude da suspeita do recebimento de uma mesada financiada com recursos de contratos da petroleira.
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- Repeti o que já disse anteriormente: quem é responsável está querendo diluir a culpa. Acredito que a Justiça vai indicar quem tem culpa no cartório. Confio na Justiça e na minha idoneidade - disse o deputado a Zero Hora.
Hamm prestou esclarecimentos por cerca de uma hora na tarde de terça-feira na sede da PGR, em Brasília. O depoimento foi gravado e integrará o inquérito que tem 39 investigados e tramita no Supremo Tribunal Federal (STF).
Segundo o parlamentar, "foi um depoimento muito tranquilo", em que ele refutou participação no esquema da Petrobras e o recebimento de mesada. Hamm negou conhecer o doleiro Alberto Youssef e o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa. No entanto, admitiu que sabia que Paulo Roberto ocupava o cargo na estatal por indicação do PP.
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- Nunca me interessei por esse assunto, não estive na Petrobras e não tive encontro algum com Paulo Roberto Costa - disse.
O deputado descreveu sua trajetória política e garantiu ter uma posição de independência dentro da bancada do PP na Câmara. Ele ainda apresentou seu posicionamento em votações das últimas legislaturas nas quais não seguiu a orientação do partido ou governo.
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Com os novos esclarecimentos, a Polícia Federal e a PGR concluíram os depoimentos dos seis gaúchos citados na Lava-Jato. Além de Hamm, são investigados os também deputados federais Jerônimo Goergen, José Otávio Germano, Luis Carlos Heinze e Renato Molling, além do ex-deputado Vilson Covatti.
*Zero Hora