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O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), disse não ter ideia do que seria uma possível citação do seu nome em anotações do presidente da Odebrecht, Marcelo Odebrecht, preso no curso das investigações da Operação Lava-Jato. Segundo o governador paulista, o relatório da Polícia Federal sobre o que foi encontrado no celular do empresário aponta para um conteúdo "quase ininteligível".
- Não tenho a menor ideia do que possa ser. Primeiro não sei se é (referência ao meu nome), segundo não sei em qual circunstância, então é preciso verificar. Aliás, é quase ininteligível aquilo que foi apresentado - disse.
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Alckmin confirmou que teve uma reunião com a Odebrecht em outubro do ano passado e disse que tratou com o empresário do projeto Aquapolo, reuso de água, da qual a empresa é sócia, e de outros investimentos:
- Recebo aqui todo mundo que quer falar com o governador. Conversamos sobre a água de reuso, sobre investimentos na área de saneamento, metrô, enfim, investimentos normais do Estado.
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Segundo relatório da PF, o aparelho celular de Marcelo Odebrecht trazia referência a políticos em siglas. "GA" seria uma referência a Geraldo Alckmin. Outras siglas foram encontradas, como MT em referência ao vice-presidente Michel Temer, GM para o ex-ministro da Fazenda Guido Mantega e outras mais óbvias, como ECunha para o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e Lula, em referência ao ex-presidente. Haveria ainda no aparelho, segundo a PF, anotações do encontro de Odebrecht com Alckmin em outubro do ano passado.
* Estadão Conteúdo