
O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, afirmou, em ofício feito na terça-feira, que o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), "tenta usar como escudo a instituição da Câmara dos Deputados".
Na resposta destinada ao deputado Chico Alencar (PSOL-RJ), que havia solicitado informações, Janot ainda classificou de "levianas" as declarações de que uma diligência feita pela Procuradoria no sistema de informática da Casa permitiu o acesso a informações de todos os 513 deputados.
PSOL tentará afastamento de Cunha da presidência da Câmara
Eventual denúncia de Cunha não prejudica relação com o Congresso, diz Cardozo
"A leviandade da declaração reside no fato de que tenta usar como escudo a instituição da Câmara dos Deputados - e, pela via da desinformação, seu pares- para atacar o Ministério Público Federal, embora a crítica à diligência seja de interesse exclusivo para a defesa do deputado Eduardo Cunha", escreveu Janot no documento.
Veja o ofício na íntegra:
Posted by Chico Alencar on Quarta, 19 de agosto de 2015
PROCURADOR GERAL DA REPÚBLICA DESMENTE CUNHANo último dia 11 de agosto, em reunião com Líderes de todos os partidos,...
O procurador-geral já havia dito, em uma ocasião anterior, que Cunha usou a AGU (Advocacia-Geral da União) em prol de seu interesse pessoal.
Em maio, a PGR realizou diligência no sistema de informática da Câmara, depois que a Folha de S.Paulo revelou que o nome de Cunha aparecia como autor dos arquivos digitais de dois requerimentos da deputada Solange Almeida (PMDB-RJ). Segundo delatores, os requerimentos serviram para achacar o representante de uma empresa que devia o pagamento de propina.
Cunha será denunciado por corrupção e lavagem de dinheiro, diz jornal
Quais as suspeitas que recaem sobre Cunha, Collor e Ciro na Lava-Jato
Janot anexou documentos com o resultado da busca na Câmara. As informações obtidas mostram que Cunha e Solange estavam logados no sistema de informática no momento em que os requerimentos suspeitos foram feitos, em julho de 2011.