Um dos suspeitos de participar do assalto a um supermercado que resultou na morte de um policial militar (PM) na noite de segunda-feira, na zona norte da Capital, protagonizou duas fugas do regime semiaberto desde que foi condenado pela primeira vez, em 2011.
Jessé Rafael Barbosa Rodrigues, 23 anos, foi recapturado depois que PMs do 21º Batalhão de Polícia Militar (BPM) receberam denúncia e o localizaram em casa, na Restinga. Ele estava foragido do Instituto Penal Padre Pio Buck desde o final do ano passado.
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Em razão da condição de procurado, Rodrigues foi encaminhado para o Presídio Central de Porto Alegre. Além disso, a investigação da 18ª Delegacia de Polícia da Capital deve solicitar sua prisão preventiva à Justiça pela suspeita de que ele tenha participado do assalto de segunda-feira.
Na ocasião, três criminosos invadiram o supermercado Nacional na esquina da Avenida Baltazar de Oliveira Garcia com a Rua Doutor Romaguera Cunha Corrêa.
À paisana, o soldado da BM Marcos Correa Lucas, 24 anos, que fazia compras no estabelecimento, reagiu ao assalto e foi atingido por três tiros disparados pelo ladrões. Ferido cabeça, no tórax e em uma das virilhas, Lucas chegou a ser encaminhado em estado grave ao Hospital Cristo Redentor, mas morreu cerca de duas horas depois.
Câmeras de monitoramento registram a ação.
Rodrigues foi preso nesta terça-feira
Foto: Brigada Militar/Divulgação
Condenado por assalto, Rodrigues acumulava penas de 10 anos e oito meses. Preso em flagrante na véspera do Natal de 2010, ele (à época com 18 anos) e um comparsa atacaram um advogado e o mantiveram sob a mira de uma arma em seu carro. Pegaram R$ 225 que a vítima tinha na carteira e rodaram pela cidade na tentativa de sacar mais dinheiro em caixa eletrônicos, mas acabaram perseguidos e detidos por PMs no bairro Cristo Redentor.
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Depois de aguardar julgamento recolhido no Central, Rodrigues foi sentenciado em julho do ano seguinte a cinco anos e quatro meses em regime semiaberto. No mesmo mês, porém, passou a ser considerado foragido. Voltou às ruas e ao crime. Em 14 de janeiro de 2012, ele e um comparsa, armados com facas, roubaram a mochila de uma jovem acompanhada do namorado no Centro, mas acabaram presos em flagrante logo em seguida. Por este crime, Rodrigues teve somados outros cinco anos e quatro meses à sua pena e voltou para o regime fechado.
Depois de ficar no Presídio Estadual de Camaquã e no Central, o detento voltou ao regime semiaberto em fevereiro do ano passado, e foi autorizado pela Justiça a cumprir a pena em prisão domiciliar mediante uso de tornozeleira eletrônica. O Ministério Público Estadual entrou com recurso e, em junho do mesmo ano, conseguiu reverter a decisão, fazendo o condenado voltar a cumprir pena em albergue. Em agosto de 2014, Rodrigues ainda teve um pedido de habeas corpus negado e, em novembro, fugiu novamente e estava foragido desde então.
No último domingo, ZH publicou a reportagem Eles Poderiam Estar Vivos mostrando como apenados do regime semiaberto, que deveriam estar sob a tutela do Estado, cometem crimes, como assassinatos, à luz do dia, e deixam a sociedade à mercê da violência gratuita.
