
Em curso desde março de 2014, a Operação Lava-Jato já devolveu aos cofres públicos um volume histórico de recursos que foram desviados por corrupção. De acordo com o delegado Igor Romário de Paula, um dos coordenadores da investigação no âmbito da Polícia Federal, o montante recuperado pela Operação está em torno de R$ 1 bilhão. O cálculo considera um volume aproximado de R$ 600 milhões que já foi depositado em contas da vara federal. Além disso, há cerca de R$ 400 milhões bloqueados aguardando pelo ressarcimento. As informações são da Rádio Gaúcha.
- Comparando com a estimativa de prejuízo para a Petrobras, é infinitamente menor. Mas ao mesmo tempo, comparado com tudo o que já se conseguiu recuperar até hoje no Brasil é dezenas de vezes maior - afirmou o delegado da Polícia Federal ao programa Timeline, da Rádio Gaúcha.
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Para efeitos de comparação, até o início da Operação Lava-Jato, as instituições brasileiras responsáveis por apurar desvios de recursos já haviam repatriado valores que, somados, se aproximavam de R$ 100 milhões.
Ainda assim, diante de um volume expressivo de recursos repatriados, o delegado Igor Romário lembra que a própria Petrobras estimou um prejuízo ainda maior com os desvios de corrupção: em torno de R$ 6 bilhões. Na avaliação dele, o valor pode ser de três a quatro vezes mais alto.
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- Os delatores diziam que o recurso desviado para pagamento de corrupção era em torno de 3% dos contratos. Só que, além disso, há outros prejuízos. Primeiro, porque não houve uma licitação legitima para obter um preço mais adequado. Depois, tem um sobrepreço para a empresa envolvida. Então os preços costumam ser mais altos e dali se tira o valor da propina - explicou.
Igor Romário de Paula falou também sobre os desdobramentos da Operação para outros setores (recentemente a operação atingiu o setor elétrico), e lamentou que "esse modelo de negociação" tenha se reproduzido "em todas as esferas de governo". O delegado acrescentou ainda que a investigação, embora esteja avançando para outras áreas, ainda não está esgotada dentro da Petrobras.
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- Um colega fez um levantamento preliminar e diria que a gente investigou nem 30% do que ocorre na Petrobras - afirmou.
Ouça a entrevista na íntegra:
*Rádio Gaúcha