
O vice-presidente da República, Michel Temer (PMDB), avaliou nesta terça-feira que a equalização orçamentária para evitar o déficit estimado em R$ 30,5 bilhões em 2016 passa, primeiramente, pelo corte de despesas. Para ele, aumentos de impostos só ocorrerão em última hipótese, inicialmente descartável, segundo ele.
- As pessoas não querem em geral aumento de tributo. Tenho sustentado exatamente o corte de despesas; isso que a sociedade quer - disse Temer. - Aumento de impostos só em última hipótese; última hipótese descartável desde já - completou.
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Temer rebateu a fala da presidente Dilma Rousseff, feita na última segunda-feira pelas redes sociais, de que seriam necessários remédios amargos para combater a crise, e classificou o reajuste de tributos como um exemplo.
- Temos que evitar remédios amargos e, se for possível simplesmente cortar despesas, a tendência é essa - disse Temer, ao sair da Vice-Presidência para um jantar com governadores, ministros e lideranças do PMDB no Palácio do Jaburu.
- Vou ouvir governadores do PMDB e trarei sugestões para a presidente.
No entanto, Temer concorda que o aumento da alíquota da Contribuição de Intervenção do Domínio Econômico (Cide) sobre a gasolina, avaliada pelo governo para recompor o caixa, é uma medida que ajudaria a União e Estados, os quais passam por dificuldades financeiras. Temer disse ter ficado "impressionado" com a argumentação do ex-ministro da Fazenda Delfim Netto sobre a ampliação da Cide, justamente por gerar receita para Estados e a União.

Antes de deixar a sede da Vice-Presidência para o jantar, Temer teve uma rápida reunião, de 20 minutos, com Dilma no Palácio do Planalto na qual, segundo ele, ambos reexaminaram a pauta da semana. O vice-presidente negou ainda que tenha retornado para o "varejo" da articulação política, apesar de nesta terça-feira, durante a tarde, ter realizado encontro com líderes da Câmara para tratar da pauta da semana.
- Eu estou fazendo a macrocoordenação política e nada mais que isso - concluiu.
No jantar, Temer recebeu ministros e seis dos sete governadores do PMDB, além dos presidentes da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), do Senado Renan Calheiros (PMDB-AL), e dos líderes do partido nas duas casas, respectivamente o deputado federal Leonardo Picciani (RJ) e o senador Eunício Oliveira (CE). Participam do encontro os governadores peemedebistas José Ivo Sartori, do Rio Grande do Sul; Luiz Fernando Pezão, do Rio de Janeiro; Paulo Hartung, do Espírito Santo; Renan Filho, de Alagoas; Marcelo Miranda, de Tocantins; e Confúcio Moura, de Sergipe. Apenas o governador de Sergipe, Jackson Barreto, que está em licença médica após sofrer uma cirurgia, não participou do jantar.

* Estadão Conteúdo