
O presidente norte-americano Barack Obama fez um comunicado oficial na noite desta sexta-feira, momentos após os ataques a diferentes locais em Paris. Caracterizando as ações como "terroristas", Obama garantiu que vai dar todo o tipo de apoio ao governo francês para levar os responsáveis à Justiça e atacar as redes de que fazem parte.
- Este é um ataque contra a humanidade. Estamos preparados para dar qualquer ajuda que o governo francês e o povo da França precisem para responder a esse ataque. A França é o nosso mais antigo aliado, os franceses estiveram ombro a ombro com os Estados Unidos por várias vezes e nós estamos com eles na luta contra o terrorismo e o extremismo. Aqueles que acham que podem aterrorizar o povo francês e os valores que eles representam estão errados - disse o presidente americano.
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Em depoimento na Casa Branca, Obama lembrou os ataques terroristas sofridos pelos Estados Unidos e disse que, naquelas situações, a França sempre demonstrou apoio:
- É uma situação muito triste, e é claro que todos nós nos Estados Unidos sabemos o que é isso. Passamos por episódios parecidos e sempre contamos com o povo francês ao nosso lado. Eles têm sido parceiros excepcionais na luta contra o terrorismo. Pretendemos ser parceiros, também, neste momento.
Além de lembrar os valores de "liberdade, igualdade e fraternidade", lema que pautava a Revolução Francesa e sobrevive até hoje, principalmente naquele país, o presidente norte-americano disse que ainda é cedo para especular quem seriam os responsáveis, mas que fará de tudo para fazê-los pagar:
- Neste tempo de tragédia, vamos lembrar que os valores de liberdade, igualdade e fraternidade são valores não apenas dos franceses, mas valores que dividimos. Eles vão sobreviver muito além de qualquer ato de terrorismo ou de ódio. (...) Nos próximos dias, vamos saber um pouco mais sobre o que aconteceu. Não gostaria de especular quem foram os responsáveis por isso, enquanto ainda há atividades acontecendo e perigos enquanto falamos. Até que saibamos das autoridades francesas o que aconteceu, não gostaria de especular.
Atentados em Paris
Mais de cem pessoas morreram na noite desta sexta-feira, em Paris, na França, após uma série de ataques terroristas em diversos locais da capital francesa. Tiroteios e explosões ocorreram de maneira coordenada em pelo menos seis lugares, segundo o jornal Le Monde, que cita uma fonte judicial: no Boulevard Voltaire, em frente ao bar La Belle, Bataclan, na Rua de la Fontaine, no bar Carillon e no Stade de France. Pelo menos cinco terroristas foram "neutralizados" à noite. A informação foi anunciada por François Molins, procurador de Paris.
Logo após os ataques, o Itamaraty confirmou dois brasileiros entre os feridos nos atentados. Parisienses descrevem como "estado de guerra" a situação da capital francesa no momento, alertando para um possível crescimento da onda xenófoba, ultranacionalista e de extrema direita no país, que está a três semanas das eleições regionais.
O presidente francês, François Hollande, decretou estado de emergência e fechou as fronteiras do país. Moradores são aconselhados a não deixarem suas casas. Todos os locais públicos, como escolas, museus e bibliotecas, permanecerão fechados neste sábado em Paris. O presidente pediu confiança à população francesa e garantiu que as autoridades do país devem ser "duras e serenas" para "vencer os terroristas".
O presidente norte-americano Barack Obama também se pronunciou após os ataques, garantindo apoio à França e descrevendo as ações como "ataques contra a humanidade". Pelo Twitter, a presidente do Brasil, Dilma Rousseff,se disse "consternada pela barbárie terrorista" e expressou seu "repúdio à violência" e "solidariedade ao povo francês".