Os primeiros protestos durante o segundo mandato de Dilma Rousseff animaram os manifestantes contrários ao governo federal. Em março, milhares de pessoas foram às ruas em todo o país pedindo o fim da corrupção e o impeachment da presidente. No entanto, os atos foram perdendo força ao longo dos meses e acabaram o ano com pouca adesão na comparação com o início de 2015.
Domingo marca encolhimento de protestos pelas ruas do país
Em Porto Alegre, por exemplo, o ato registrado em março teve cerca de 100 mil pessoas. Neste último domingo, no entanto, apenas mil pessoas compareceram. Os números utilizados como base de comparação são das polícias militares e demonstram o enfraquecimento dos protestos contra a Dilma, mesmo depois de o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) ter aceitado a abertura do processo de impeachment.
Saiba como foram os protestos contra o governo federal em 2015:
Foto: Ricardo Duarte/Agência RBS

15 de março - Cinco meses após a reeleição de Dilma ocorreu a primeira manifestação. Convocada por movimentos que se dizem apartidários, reuniu 1,8 milhão de pessoas em cerca de 150 cidades, segundo as polícias militares. A motivação era a situação política em geral, principalmente corrupção e Congresso. O impeachment da presidente Dilma aparecia em faixas e cartazes, assim como críticas ao PT e ao ex-presidente Lula. Políticos não discursaram. Como reação, ministros apresentaram medidas de combate à corrupção.
Foto: Omar Freitas/Agência RBS

12 de abril - Embalados pela adesão de março, movimentos como Vem Pra Rua e Brasil Livre convocaram nova manifestação. Dessa vez, o foco foi o governo Dilma Rousseff e os pedidos de impeachment. O ex-presidente Lula também foi bastante citado. A adesão do público foi significativamente menor, mas os organizadores ressaltaram que houve protestos em um número maior de cidades: 500.
Foto: Félix Zucco/Agência RBS

16 de agosto - No segundo semestre, o protesto organizado pelos mesmos movimentos ganhou um tom político mais forte, com a adesão de partidos. Parlamentares da oposição discursaram em carros de som, e, pela primeira vez, o senador Aécio Neves (PSDB-MG), candidato à Presidência derrotado em 2014, participou da manifestação, em Belo Horizonte.
Foto: André Ávila/Agência RBS

13 de dezembro - O primeiro protesto após o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), ter aceitado pedido de impeachment contra Dilma teve menos participantes do que esperavam os organizadores - a adesão era considerada importante por governo e oposição para avaliar o apoio ao processo de afastamento.
*Zero Hora