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O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse, nesta segunda-feira, em evento organizado pela Central Única dos Trabalhadores (CUT) com movimentos sociais, líderes políticos e sindicais, em defesa do mandato da presidente Dilma Rousseff e contra o impeachment, que não há base jurídica e nem política para o impedimento da afilhada política e que esse movimento é baseado no ódio e no preconceito.
Ao criticar a tentativa de impeachment, Lula disse que os opositores não querem tirar Dilma, mas sim o projeto de País que o PT construiu ao longo dos últimos anos.
- Foi este país que chegou ao poder que eles (oposição) querem tirar (do poder), não é a Dilma - disse o ex-presidente, em discurso, emendando: - Dilma é apenas a imagem pública que eles querem derrubar, eles querem outra coisa, querem derrubar nosso projeto de governar.
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Em pronunciamento a uma plateia formada por aqueles que pretendem ir às ruas para defender o mandato da presidente, mas que também defendem mudanças na condução da política econômica, como os dirigentes sindicais, Lula pediu que a mobilização neste primeiro momento se concentre na defesa da continuidade do mandato de sua afilhada política.
- Não temos de ver o vagão onde estamos; temos primeiro de colocar o trem nos trilhos e depois ver o vagão onde queremos estar', exemplificou. Na defesa de Dilma, Lula disse que não é possível permitir "um golpe de Estado como o impeachment - apesar de considerar esse instrumento legítimo, quando, de acordo com ele, há razões que o justifiquem, o que o ex-presidente afirma acreditar não ser o caso nessa oportunidade.
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Lula cobrou do governo e dos aliados no Congresso que façam uma espécie de contabilidade de votos diária para assegurar maioria absoluta em todas as votações.
- Para não sermos pegos de surpresa - justificou.
Na defesa do legado petista no governo, o ex-presidente disse que o partido fez mais em 12 anos do que a oposição em um século.
Dificuldades
Nas críticas aos opositores, afirmou que eles ainda não desceram do palanque, numa referência à derrota do presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves (MG), no segundo turno das eleições presidenciais de 2014, contra Dilma. Mesmo com a defesa do modo petista de governar, Lula admitiu que o País atravessa um momento de dificuldade, em que é preciso discutir a recuperação da economia do País.
O ex-presidente destacou, contudo, que, se existem obstáculos, também há possibilidade de retomada com a presidente no comando e não com Aécio ou o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). O ex-presidente voltou a dizer que a discussão do impeachment pelos opositores só pode ser ódio, inveja, maldade ou má-fé.
Lula, que viaja para a Europa nesta terça-feira, para se reunir com líderes de esquerda de países como Alemanha, França e Espanha, pediu que os grupos contrários ao impeachment de Dilma continuem mobilizados, mesmo com ele fora do país. Lula retorna no próximo sábado e a presidente deve receber os líderes desses movimentos esta semana, em Brasília.