Geral

Operação Acarajé

Offshore recebeu US$ 4,5 milhões de operador de propina

Investigações apontam que empresa no Panamá seria do marqueteiro João Santana e de sua mulher 

Estadão Conteúdo

Zero Hora

Enviar email


Agentes da Polícia Federal fizeram buscas na sede da Odebrecht, em São Paulo, na manhã desta segunda-feira

Uma offshore aberta no Panamá, a Shellbill Finance SA, que seria do marqueteiro João Santana e de sua mulher e sócia, Mônica Moura, é o centro das investigações da Operação Acarajé, 23ª fase da Lava-Jato, deflagrada nesta segunda-feira.

A força-tarefa da Lava-Jato encontrou evidências de que, entre 25 de setembro de 2013 e 4 de novembro de 2014, o operador de propinas Zwi Skornicki – preso durante a operação – efetuou a transferência no Exterior de pelo menos US$ 4,5 milhões por meio de nove transações. Em outra frente, a força-tarefa também rastreou pagamentos de offshores ligadas à Odebrecht para a Shellbill que totalizaram US$ 3 milhões entre 2012 e 2013.

Leia mais
Acarajé: entenda o nome da 23ª fase da Operação Lava-Jato
Lava-Jato investiga repasse de R$ 7 milhões para grupo de João Santana
Um petardo contra o PT

A conta mantida no Exterior pelos publicitários João Santana e Mônica Moura, profissionais então responsáveis pelo marketing da campanha eleitoral do PT "não foi declarada às autoridades brasileiras", informou o Ministério Público Federal em coletiva de imprensa realizada na manhã de segunda-feira.

A Polícia Federal disse ainda que trabalha com a informação de que o marqueteiro comprou um apartamento em São Paulo com o dinheiro que recebeu da Odebrecht.

Estão em cumprimento 51 mandados de prisão preventiva e temporária, busca e apreensão, condução coercitiva e bloqueio de ativos, para aprofundar a investigação de possíveis crimes de corrupção, evasão de divisas e lavagem de dinheiro oriundo de desvios da Petrobras.

O esquema, segundo as suspeitas, se dava "por meio de pagamentos ocultos feitos no Exterior pelo operador financeiro Zwi Skornicki e por offshores controladas pelo Grupo Odebrecht em favor dos publicitários João Cerqueira de Santana Filho e Mônica Regina Cunha Moura".

Os investigadores acreditam que o empreiteiro Marcelo Odebrecht, preso desde junho de 2015, teria o controle sobre pagamentos feitos por meio de offshores ao publicitário, ao ex-ministro José Dirceu, também preso pela operação, além de funcionários públicos da Argentina.

Radar

Preso nesta segunda-feira, Zwi Skornicki já era investigado na Lava-Jato por ser um dos operadores financeiros que pagaram propinas para funcionários do alto escalão da Petrobras e da Sete Brasil – empresa criada pela estatal para fornecer sondas de perfuração marítima para exploração do petróleo dos campos do pré-sal –, como o ex-diretor de Serviços Renato Duque, o ex-gerente de Engenharia Pedro Barusco e Eduardo Musa.

"Bem como para o Partido dos Trabalhadores. Entre 2003 e 2013, pagou mais de uma dezena de milhões de dólares em propina, parte do que foi objeto de prova documental consistente em comprovantes das transferências feitas no exterior a partir de conta controlada por Zwi diretamente para contas controladas por aqueles funcionários públicos", informa a força-tarefa da Lava-Jato.

Segundo os colaboradores, os pagamentos foram feitos em benefício de contratos bilionários feitos pela empresa Keppel Fels com a Petrobras e Sete Brasil.

Odebrecht

Em nota, a Odebrecht confirma operação da Polícia Federal em seus escritórios de São Paulo, Rio de Janeiro e Bahia, "para o cumprimento de mandados de busca e apreensão". A empresa afirma ainda que "está à disposição das autoridades para colaborar com a operação em andamento".

Leia as últimas notícias de Zero Hora


GZH faz parte do The Trust Project
Saiba Mais
RBS BRAND STUDIO

Esporte e Cia

00:00 - 05:00