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Centenas de manifestantes a favor e contrários ao ex-presidente Lula e ao PT fazem, na manhã desta quarta-feira, atos em frente ao Fórum Criminal da Barra Funda, na zona oeste de São Paulo. O clima é tenso: durante a manhã, integrantes dos dois lados bateram boca, atiraram pedras e garrafas e trocaram agressões. A Polícia Militar formou um cordão para evitar o contato entre os dois grupos e chegou a usar cassetetes e bombas contra manifestantes. Pelo menos duas pessoas ficaram feridas.
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a sua mulher, Marisa Letícia, iriam prestar depoimento nesta quarta-feira, neste fórum, no inquérito aberto pelo Ministério Público de São Paulo sobre suposta propriedade de familiares do petista de um triplex na praia do Guarujá, no litoral paulista. Contudo, o Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) suspendeu o depoimento, acatando requerimento do deputado federal Paulo Teixeira (PT-SP), um dos parlamentares mais próximos de Lula.
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Segundo a PM, os manifestantes começaram a lotar a calçada do Fórum da Barra Funda desde as 7h e há relatos até de pessoas que dormiram no local. Do lado anti-Lula há representantes de 43 movimentos favoráveis ao impeachment que se intitulam "Aliança nacional dos movimentos democráticos". Eles carregam bandeiras do Brasil, faixas e cartazes de apoio ao juiz Sergio Moro e contrários ao governo Dilma e ao ex-presidente. Eles tocam chocalhos e buzinas. Gritam "minha bandeira jamais será vermelha" e "Fora PT".
Do outro lado, predominam o vermelho e bandeiras do PT. Há representantes da CUT, de outras organizações sindicais e de movimentos populares. Há também um carro de som, onde manifestantes dizem mensagens de apoio a Lula. Eles gritam "Olê, olê, olá, Lula, Lula" e "Fascistas, golpistas não passarão".
A PM separou os grupos com grades a uma distância de cerca de 30 metros. O Ministério Público falará ainda nesta quarta-feira sobre a suspensão do depoimento de Lula e Marisa.