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Avenida Ipiranga

Com bandeiras do Brasil, grupo faz ato de apoio à PF em Porto Alegre

Manifestação bloqueou parcialmente a Avenida Ipiranga, em frente à superintendência regional da corporação, na manhã desta quinta-feira

Karina Sgarbi

Pelo menos 300 pessoas, conforme a Brigada Militar (BM), participaram de um ato em apoio à Polícia Federal (PF) na manhã desta quinta-feira, em Porto Alegre. A manifestação ocorreu um dia após a divulgação de gravações entre a presidente Dilma Rousseff e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, feitas depois da retirada de sigilo da 24ª fase da Operação Lava-Jato. Os participantes portavam cartazes, faixas e bandeiras do Brasil e estavam, em maioria, vestidos de preto e de verde e amarelo.

O grupo realizou um bloqueio parcial da Avenida Ipiranga, em frente à sede da PF, ocupando duas faixas da via, o que gerou lentidão no tráfego. Por pelo menos cinco vezes, o local foi bloqueado totalmente, impedindo o fluxo entre a Avenida Erico Verissimo e a Avenida da Azenha. Mas as interdições foram curtas e não geraram grandes congestionamentos. A maioria dos veículos que passava inclusive buzinava em apoio aos manifestantes. Além da BM, a Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC) também acompanhou o ato e registrou apenas uma colisão leve com danos materiais no início do protesto.

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Além de pedir a renúncia de Dilma e a prisão de Lula, a todo momento os manifestantes exaltaram a figura do juiz federal Sergio Moro e a PF. Cantos como "Não vai ter golpe, vai ter Moro" e "Polícia Federal, orgulho nacional" foram repetidos durante todo o ato, que começou às 9 horas e seguiu até 12h40min. Um novo protesto foi marcado para as 17h desta quinta-feira, no Parcão.

A Companhia de Operações Especiais (COE) do 1º Batalhão de Polícia Militar (BPM) da Capital chegou a ficar no protesto por pouco mais de uma hora, mas após negociações entre a organização e a BM, o COE se retirou. A BM pediu que os manifestantes ocupassem apenas duas faixas da Avenida Ipiranga e, como isso foi respeitado, a companhia foi liberada.

– Queremos prestar todo o apoio para garantir a segurança do ato. O pessoal tem o direito de protestar, mas isso precisa ser feito com segurança – afirmou o tenente coronel Kleber Goulart, responsável pelo 1º BPM.

Conforme um dos organizadores do ato, Paulo Moura, o objetivo era integrar a mobilização nacional que se repetiu em várias cidades durante a manhã em contrariedade ao governo Dilma e à posse de Lula como ministro.

– A mobilização é permanente em todo o país. Não vamos sair da rua enquanto o governo não cair – afirmou Moura.

Além de protestar contra Dilma e Lula, os manifestantes também cantaram em coro contra o presidente do Senado, Renan Calheiros, e o da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, ambos do PMDB. Um pixuleco de cerca de três metros – boneco inflável de Lula vestido de presidiário – foi lavado com água em uma espécie de "homenagem" à Operação Lava-Jato. A ação foi feita por um manifestante vestido de Sergio Moro.

– Eu vim aqui porque queria participar, porque sou contra o Lula e a Dilma. Minha mãe tem cem anos e também queria vir, mas como está frágil, isso não foi possível. Esses políticos só pensam neles e não no povo, isso tem que mudar – afirma a aposentada Luci Barcelos, 83 anos, que foi ao protesto acompanhada pela filha, a cabeleireira Maria Otília dos Santos, 56 anos.

Ao saber do encerramento da posse de Lula como ministro, os manifestantes protestaram com vaias. Depois disso, quando surgiu a informação de que uma liminar suspendeu a nomeação, houve intensa comemoração.

– Nós precisamos mudar o país. Sempre houve corrupção, mas nunca nos níveis atuais. Essa corrupção em somas tão grandes é o genocídio do nosso povo. Quero que a Dilma renuncie, que tenhamos uma nova Constituição e que novas eleições sejam realizadas – afirma o médico Claudio Land, 72 anos, que participou do ato.

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Correspondente Gaúcha Postos Charrua

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