
Apontado em delação premiada do senador Delcídio Amaral (PT-MS) como um dos parlamentares que cobravam de empreiteiros para que não fossem convocados pela CPI da Petrobras, o deputado Fernando Francischini (SD-PR) apresentou ofício à Procuradoria-Geral da República (PGR) desmentindo as acusações contra ele. Trechos da delação foram publicados pela revista IstoÉ nesta quinta-feira.
– Nunca estive em Brasília em segundas-feiras nos últimos cinco anos – afirmou Francischini. – Conforme meus sigilos telefônico, fiscal e bancário podem demonstrar, através dos extratos telefônicos, nunca estive em Brasília nos dias mencionados, nunca mantive contato telefônico com nenhum dos investigados mencionados e também o grupo político citado. Nunca tive qualquer movimentação financeira ou fiscal atípica, que não seja oriunda do meu trabalho e de minha família – apontou o deputado.
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Delcídio Amaral teria citado nominalmente o deputado do Solidariedade.
– Delcídio do Amaral sabe de ilicitudes envolvendo o desfecho da CPI que apurava os crimes no âmbito da Petrobras. A CPI obrigava Léo Pinheiro, Júlio Camargo e Ricardo Pessoa a jantarem todas as segundas-feiras em Brasília. O objetivo desses jantares era evitar que os empresários fossem convocados para depor na CPI. Os senadores Gim Argello, Vital do Rego e os deputados Marco Maia e Francischini cobravam pedágio para não convocar e evitar maiores investigações contra Léo Pinheiro, Júlio Camargo e Ricardo Pessoa – afirmou Delcídio, segundo a revista.
Em resposta às acusações, Francischini também afirma ter apresentado "inúmeras" convocações e denúncias de corrupção contra Delcídio.
– O referido senador usou delação premiada para vingar-se do seu acusador e algoz político – afirmou o deputado. – Peço justiça rápida para que um inocente não seja "linchado" na mídia por mentiras de um bandido que estava preso e denunciado por minhas ações – conclui o Francischini.