
O Ministério da Agricultura (Mapa) vai criar uma força-tarefa para investigar suspeitas de irregularidades em 21 frigoríficos que são alvo da Operação Carne Fraca, deflagrada pela Polícia Federal (PF) na última sexta-feira. O anúncio foi feito neste domingo, durante uma coletiva de imprensa, dois dias depois de virem à tona as denúncias de fraude na carne brasileira.
Na abertura de uma reunião com cerca de 40 representantes de países importadores de carne brasileira, o presidente Michel Temer prometeu maior rigor na fiscalização dos frigoríficos do país. Temer ressaltou que problemas descobertos pela PF são pontuais, que a carne produzida e exportada pelo país é de qualidade. O governo determinou celeridade nas auditorias que serão feitas nos estabelecimentos envolvidos no esquema criminoso.
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Na coletiva, o ministro da Agricultura, Blairo Maggi, disse que a pasta está fazendo os levantamentos necessários para ter informações mais precisas e tranquilizar brasileiros e consumidores de outro países de que os problemas apontados pela Operação Carne Fraca não são generalizados.
– Temos um sistema muito forte, robusto e reconhecido no mercado internacional. Ao chegar aos países de destino, todas as mercadorias são novamente fiscalizadas –, afirmou.
De acordo com o ministro, o sistema não é infalível porque é composto por pessoas. Ele ressaltou que das 4.837 unidades de abate animal, apenas 21 estão sob suspeita, das quais três foram interditadas preventivamente e as outras estão em um regime especial de fiscalização.
– Isso significa que qualquer expedição dessas plantas só sairá com a presença de fiscais do Ministério da Agricultura.
Ele ressaltou que o governo está priorizando a transparência. Segundo Maggi, as associações pediram rapidez nas punições.
– Ninguém quer passar a mão na cabeça de quem fez coisa errada –, completou.
O ministro informou ainda que o Brasil deve responder ainda neste domingo o pedido de esclarecimentos feito pela União Europeia e pela China sobre as fraudes no comércio de carnes. Segundo ele, "é absolutamente natural que os países peçam informações.
* Com agências