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O protesto que foi visto em Porto Alegre na manhã desta sexta-feira contra o desaparecimento do ambientalista argentino Santiago Maldonado em 1º de agosto, em um acampamento indígena na Patagônia, não é caso isolado. A manifestação em Porto Alegre ocorreu na Avenida Goethe, pouco antes das 7h. Um pouco mais tarde, o prédio do consulado argentino na Capital foi atingido por garrafas com tintas.
Outros protestos do tipo ocorreram América Latina afora.
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Na semana passada, quem passou pela Praça de Mayo, em frente à Casa Rosada (sede do governo argentino, no centro de Buenos Aires), viu um grande protesto, com reprodução da imagem do ativista em um telão.
Maldonado teria sido preso durante operação militar em território indígena mapuche, no sul da Argentina.
"Agora, agora, exigimos que Santiago apareça com vida e justiça aos criminosos!", cantava a multidão que também carregava cartazes com a imagem de Santiago. Eram milhares de pessoas em Buenos Aires.
O presidente Mauricio Macri foi citado em texto lido pelas mãe da Praça de Mayo, sendo intensamente vaiado.
Macri tem dito que as investigações estão sendo feitas para localizar o ativista. Mas os mapuches resistem a aceitar o ingresso das forças de segurança, em especial drones que seriam utilizados.
Na carta lida pelos organizadores do protesto em Buenos Aires, consta que "a família de Santiago e sua comunidade vivem momentos de muito desespero. Nós devemos acompanhá-los. Como povo, não podemos permitir mais retrocessos em matéria de direitos humanos".
Maldonado é artesão e tatuador. Entre outras causas que defende, está a dos indígenas, para os quais ele sempre pregou a devolução de terras que lhes teriam sido subtraídas. Junto a isso, tem forte discurso ambientalista.
O desaparecimento está sendo comparado por entidades de direitos humanos às de casos ocorridos durante a mais recente ditadura militar (1976-1983) no país, quando foram mortas 30 mil pessoas, conforme levantamentos. Por isso, os protestos pedem que fatos desse tipo não se repitam.
Testemunhas dizem que ele foi preso pela polícia em repressão a ativistas. A polícia nega tê-lo prendido.