Segurança

Crime premeditado

Assassino estaria esperando vítima nas imediações da rodoviária de Porto Alegre

Inicialmente, polícia havia levantado a hipótese de que matador tivesse viajado no mesmo ônibus do homem assassinado na região central da Capital 

Débora Ely

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O assassino do jovem morto na manhã de terça-feira estaria esperando a vítima chegar de viagem nas imediações da rodoviária de Porto Alegre. Inicialmente, a polícia havia levantado a hipótese de que o matador tivesse se deslocado de São Borja à Capital no mesmo ônibus que levava o homem executado.

Testemunhas que presenciaram o crime descreveram à polícia que o atirador era negro e vestia um moletom de cor vermelha. Nas imagens das câmeras de segurança da rodoviária de São Borja, onde a vítima, Bruno Dornelles Ribeiro, 24 anos, embarcou às 22h30min de segunda-feira, não aparece nenhum passageiro com essas características. O mesmo ocorre nas gravações do desembarque, obtidas no terminal em Porto Alegre. Por isso, a polícia concentra esforços para identificar suspeitos que estivessem no entorno da rodoviária da Capital.

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– Neste momento, estamos trabalhando para poder confirmar identidades e descartar linhas de investigação. A principal permanece como sendo uma execução bastante premeditada e muito provavelmente fruto de desavenças ocorridas ainda em São Borja, as quais inclusive motivaram a vinda da vítima para Porto Alegre, para escapar da promessa de morte que ele havia recebido – disse o delegado Adriano Melgaço, titular da 2ª Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) da Capital.

A polícia ouviu, até o momento, cerca de 10 pessoas na investigação, que ocorre em parceria com a 1ª Delegacia de Polícia (DP) de São Borja. Informalmente, ao delegado da cidade da Fronteira Oeste, Marcos Ramos Viana, familiares da vítima afirmaram que ele disse que o jovem viajou para Porto Alegre para fugir de ameaças que recebera.

A execução estaria relacionada à disputa de quadrilhas de tráfico de drogas em São Borja, mas a polícia ainda trabalha para confirmar a motivação da morte, uma vez que não se sabe se o homem atuava em algum grupo criminoso. A polícia também tenta elucidar se alguém monitorava Ribeiro no ônibus em que ele viajava. Durante o deslocamento, ele telefonou para uma das irmãs e, desconfiado, relatou que um homem o "cuidava".

– Os familiares souberam das ameaças de morte, mas a vítima não disse o porquê e nem de quem partiram – informou Viana.

Na manhã desta quinta-feira, parentes da vítima serão ouvidos formalmente na 1ª DP de São Borja. Eles prestariam depoimento à polícia nesta quarta-feira, mas as oitivas foram adiadas em razão do enterro do jovem.

A polícia ainda acredita que o crime tenha ocorrido em uma das regiões mais movimentadas da cidade unicamente por uma questão de "oportunidade":

– Embora venham acontecendo homicídios pontuais em locais de maior fluxo de pessoas, o homicídio de ontem (terça-feira) não parece ser uma consequência automática desse "fenômeno". Até onde as investigações já progrediram, parece que ele foi executado naquele local tão somente porque o atirador julgou que teria de ser feito ali ou perderia a vítima de vista – indicou Melgaço.

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