Na tentativa de identificar os suspeitos, a polícia divulgou as imagens captadas pelas câmeras de monitoramento do Restaurante Galetão, de Imbé, no Litoral Norte, onde o proprietário, Mauro Antônio Tatsch, 56 anos, foi morto a tiros por volta do meio-dia de terça-feira (20).
– Foi uma ação muito rápida e as imagens não ajudam muito. Eles desceram de um carro e ficaram, no máximo, 20 segundos dentro do restaurante – aponta o delegado Antônio Ractz, da Delegacia de Polícia de Imbé.
Por isso, além das imagens coletadas no local do crime, a polícia ainda espera por resultados de digitais colhidas no local e material retirado do carro usado pelos criminosos, um Toyota Fielder, que foi encontrado incendiado pouco tempo depois do homicídio na orla de Tramandaí. Há também imagens coletadas pelas câmeras do Fórum de Tramandaí, que poderão mostrar os assassinos.
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– A hipótese de que a morte do comerciante foi uma fatalidade é reforçada por tudo o que obtivemos de informações até agora. Os alvos eram três traficantes que haviam participado de uma audiência em Tramandaí e almoçavam naquele momento – afirma o delegado.
Nas imagens, é possível ver o atirador apontar para os rivais. O proprietário do restaurante estava no fundo, tentando se esconder. Ele teria sido atingido o rosto no momento em que tentou espiar o que acontecia no salão.
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De acordo com a polícia, os supostos alvos do ataque são traficantes com atuação no bairro Vila Jardim, na zona norte de Porto Alegre, presos ano passado em uma ação do Departamento de Investigações do Narcotráfico (Denarc), no Litoral Norte. Eles respondem ao crime em liberdade e mantêm casas de veraneio na região.
– Foi a terceira vez que eles foram presos pelo Denarc. E continuam soltos. Se estivessem presos, esse acerto de contas entre criminosos não teria vitimado uma pessoa sem nenhuma relação com a criminalidade – diz o responsável pela investigação.
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O carro usado pelos atiradores estava clonado e havia sido roubado no dia 16 de maio em Canoas. Agora a polícia investiga se eles partiram da Região Metropolitana para a execução dos rivais. Por isso a análise de imagens do Fórum é considerada fundamental pelos investigadores.
– É possível que os atiradores já estivessem atrás dos alvos desde que chegaram no Litoral – afirma Ractz.
A polícia chegou a fazer buscas aos supostos alvos logo após o crime nos seus possíveis endereços na região, mas ninguém foi encontrado. Nos próximos dias, o delegado pretende ouvi-los na tentativa de identificar possíveis inimigos.
O advogado dos três réus informou que eles se apresentarão à Polícia Civil em Porto Alegre para prestar esclarecimentos. Ele não pretende levá-los ao Litoral Norte pelo risco de morte.
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