
O procurador da República Carlos Fernando dos Santos Lima, coordenador da força-tarefa da Lava-Jato desmentiu que os trabalhos serão finalizados sem novos desdobramentos por parte do Ministério Público Federal (MPF). Em entrevista ao Gaúcha Atualidade desta quarta-feira, ele argumentou que o represamento foi "natural" devido aos Jogos Olímpicos e ao foro privilegiado de investigados. As informações são da Rádio Gaúcha.
– Uma série de circunstâncias que nos levaram a dar um tempo. Como tivemos três operações que subiram para o Supremo, por conta de foro privilegiado e também porque a Olimpíada tirou efetivo da Polícia Federal. Somente agora podemos retomar, porque muito da equipe trabalhou no evento – explicou.
Leia mais
Teori agenda depoimentos de Lobão, Chalita e Picciani como testemunhas de Cunha
Ritmo da Lava-Jato no Supremo está "mais lento", diz Janot
Conselho do MPF prorroga força-tarefa da Lava-Jato até setembro de 2017
Ele avaliou o quanto foi apurado nestes dois anos e meio de força-tarefa:
– Se considerarmos como investigação que apura fraudes na Petrobras, eu diria 70%. Se considerar como investigação que atinge a corrupção politica no Brasil nos últimos 10 anos, aí seria bem inferior, talvez 25% – comparou.
O coordenador falou que até o começo de 2017 terá uma perspectiva de encerramento dos trabalhos e que as negociações com Léo Pinheiro estão encerradas.
– Não podemos admitir alguém que vaze informações com objetivo de pressionar por um acordo. Não fomos nós os responsáveis por essas informações terem chegado ao público. Algumas dessas informações nem estavam sob nosso poder – disse.
Carlos Fernando disse que o Brasil "tem uma jabuticaba", o foro privilegiado, que dificulta as investigações no Supremo:
– E é difícil fazer investigações dessas, com mais de 100 pessoas citadas que tem foro.
Ouça a entrevista completa:
*Rádio Gaúcha