Política

Lava-Jato

Lula diz que operação da PF sobre Mantega poderia se chamar "boca de urna"

Petista criticou a forma como a Polícia Federal abordou o ex-ministro no Hospital Albert Einstein

Estadão Conteúdo

NELSON ALMEIDA / AFP

O ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT) classificou a prisão temporária de seu ex-ministro da Fazenda Guido Mantega como um trabalho contra o Partido dos Trabalhadores na proximidade das eleições municipais. Em entrevista nesta quinta-feira, à Rádio Povo, em Fortaleza (CE), o petista criticou a forma como a Polícia Federal abordou Mantega no Hospital Albert Einstein e disse que a operação poderia se chamar "boca de urna".

– O que me preocupa na operação de hoje, eu não sei qual é o fundamento, é a notícia de que o ex-ministro Guido Mantega foi preso dentro da sala de cirurgia que a mulher dele estava se preparando para fazer – disse Lula, em entrevista dada às 11h, depois de Mantega ser levado à Polícia Federal em São Paulo e antes do juiz Sergio Moro mandar soltar o ex-ministro.

Leia mais
Sergio Moro revoga prisão do ex-ministro Guido Mantega
Prisão de Mantega era absolutamente desnecessária, diz advogado do ex-ministro
Oposição vê abuso na prisão de Mantega. Governistas respondem: "Mimimi"

Lula afirmou que Mantega "é um homem que foi ministro da Fazenda, que tem residência fixa, e portanto poderia ser tratado como todo ser humano tem que ser tratado". O ex-presidente da República também destacou que não é de acreditar em delações premiadas feitas por presos e pessoas ameaçadas pela Justiça.

Ao comentar que a investigação que prendeu Mantega se trata de uma ação contra o PT, Lula disse que a operação acontece perto das eleições assim como ocorreu em 2012, quando o partido atravessou um período de pleito municipal em meio ao julgamento do processo do Mensalão.

– Está chegando perto das eleições e outra vez eles vêm para cima do PT – falou.

Denúncia

Comentando o acatamento da denúncia contra ele, sua esposa, Marisa Letícia, e mais seis pessoas pelo juiz Sergio Moro, há dois dias, Lula afirmou que se sentiu "muito ofendido pessoalmente" e pediu respeito ao magistrado.

– Queria que ele me respeitasse como eu respeito ele e que não faça ilações a meu respeito – disse o petista.

Ele afirmou novamente ser vítima de um processo "equivocado" com viés político "muito forte".

Eleições de 2018

O ex-presidente Lula afirmou na mesma entrevista que "é cedo" para fala nas eleições presidenciais de 2018.

– Mas acho que os meus adversários estão quase me empurrando para eu ser candidato. Se terminar assim, vão terminar votando em mim – declarou.

Lula disse que a Operação Lava-Jato não torna difícil o pedido de votos ao PT. Lula está desde a quarta-feira participando de campanhas eleitoral no Nordeste.

– Está a mesma coisa pedir votos. Essas pessoas que não gostavam de mim ontem não gostam hoje.

O petista disse ter gravado participações em programas eleitoral e outros materiais de campanha para "mais de 400 cidades" nestas eleições.

Leia as últimas notícias de Política

*Estadão Conteúdo

GZH faz parte do The Trust Project
Saiba Mais
RBS BRAND STUDIO

Galpão da Gaúcha

08:00 - 09:30