
Ex-ministro da Fazenda e da Casa Civil nos governos Lula e Dilma, Antonio Palocci, preso na nova fase da Operação Lava-Jato, teria participação, como intermediário, da compra de blocos de petróleo por parte da Petrobras em Angola. A revelação foi feita pelo ex-diretor internacional da Petrobras, Nestor Cerveró, em colaboração premiada na Operação Lava-Jato. A delação terminou no início de 2016.
Cerveró diz que o negócio foi viabilizado mediante pagamento de propina a agentes do governo angolano. Palocci teria participado das negociações.
Parte do dinheiro arrecadado pela Petrobras com a exploração do petróleo angolano teria retornado para campanhas de políticos ligados ao governo brasileiro. Seriam R$ 40 milhões em caixa 2. A negociação teria ocorrido em 2006 e parte do dinheiro seria destinado à reeleição de Luiz Inácio Lula da Silva como presidente.
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Cerveró cita como fonte da informação o presidente da Sonangol, empresa estatal de Petróleo de Angola, Manoel Vicente. As informações são citadas pela força-tarefa da Lava-Jato.
Nesta segunda-feira, a Polícia Federal (PF) foi às ruas para cumprir mandados da 35ª fase da Operação Lava-Jato, intitulada Omertà. As equipes policiais estão cumprindo 45 ordens judiciais, sendo 27 mandados de busca e apreensão, três de prisão temporária e 15 mandados de condução coercitiva (quando o alvo é levado a depor). Aproximadamente 180 policiais federais e auditores fiscais cumprem as determinações judiciais nos Estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Bahia, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Distrito Federal.
Nesta fase da Lava-Jato, são investigados indícios de uma relação criminosa entre Palocci com o comando da principal empreiteira do país, a Odebrecht.
"Há indícios de que o ex-ministro atuou de forma direta a propiciar vantagens econômicas ao grupo empresarial nas mais diversas áreas de contratação com o Poder Público, tendo sido ele próprio e personagens de seu grupo político beneficiados com vultosos valores ilícitos", informou a Polícia Federal.