Política

Brasília

Reforma Política deve incluir criação de federação partidária

Senador Antonio Carlos Valadares (PSB-SE) propõe que duas ou mais siglas possam formar um grupo e atuar como se fossem um partido único

Estadão Conteúdo

A PEC da Reforma Política está em fase de discussão no plenário do Senado e deve receber sugestões dos parlamentares. A mais popular entre os senadores é a proposta de federação partidária, instrumento que deve ajudar a manter partidos em funcionamento mesmo com a cláusula de barreira.

O objetivo inicial da PEC era justamente diminuir o número de partidos políticos com representação no Congresso Nacional, que hoje chega a 35, por meio de uma cláusula de desempenho eleitoral. A proposta preocupa partidos menores, principalmente legendas ideológicas como PCdoB, PSOL e Rede, que seriam fechadas por não alcançarem o porcentual mínimo de votos estabelecido no projeto.

Leia mais
Relator quer isentar ministro de Temer de punição por pedaladas
Sociedade é preconceituosa com as mulheres, diz Cármen Lúcia
FHC critica manutenção de direitos políticos de Dilma

Com a federação partidária, entretanto, as legendas vão poder se reunir sob um mesmo comando para alcançar a cláusula de barreira. A proposta, de autoria do senador Antonio Carlos Valadares (PSB-SE), permite que dois ou mais partidos formem uma federação que poderá atuar como se fosse uma agremiação única. Algo como uma fusão temporária de partidos.

– A federação vem a ser uma coligação mais permanente, mais duradoura – resumiu a senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM).

De acordo com a proposta do senador Valadares, as legendas reunidas em uma federação devem permanecer a ela filiadas por, no mínimo, quatro anos, além de cumprir outras exigências mais rígidas que em uma coligação.

Relator da Reforma Política e líder do governo Temer no Senado, Aloysio Nunes (PSDB-SP) classificou a federação partidária como "essencial" para viabilizar a PEC. Ele ainda estuda como inserir a sugestão em seu relatório para ser votado no plenário do Senado.

Mais mudanças

É possível que mais mudanças sejam incluídas no texto da Reforma Política antes mesmo de seguir para a Câmara dos Deputados. Os líderes partidários do Senado fecharam um acordo para que o projeto seja discutido em conjunto com a PEC 113A/2015, uma reforma política ampla, com diversos pontos, que não conseguiu caminhar no Senado durante o ano anterior.

Por enquanto, as propostas serão apenas discutidas ao mesmo tempo, mas ainda não tramitam em conjunto. A estratégia política é manter um texto enxuto.

Desde o dia em que apresentou a PEC, que assina ao lado de Ricardo Ferraço (PSDB-ES), o senador Aécio Neves (PSDB-MG) defendeu que a tramitação do projeto seria mais ágil se tratasse de poucos pontos da Reforma Política. O texto se restringe à cláusula de barreira e ao fim das coligações proporcionais. No entanto, já existem articulações para juntar as PECs.

– As duas propostas são convergentes. Ao final da discussão, é possível que se identifiquem pontos de uma PEC que possam ser somados à outra e, mediante uma emenda, se pode unir isso – disse Aloysio.

Muito mais ampla, a PEC 113A/2015 surgiu de uma comissão de Reforma Política em 2015 e trata de assuntos como doações de campanha, reeleição para cargos no Executivo, acesso aos recursos do fundo partidário, normativas do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), entre outros.


GZH faz parte do The Trust Project
Saiba Mais
RBS BRAND STUDIO

Gaúcha +

15:00 - 16:30