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O presidente da República, Michel Temer, se reunirá nesta sexta-feira com a ministra do Supremo Tribunal Federal, Cármen Lúcia, o presidente do Senado Federal, Renan Calheiros, e o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia para discutir a segurança pública. O encontro ocorre em clima de tensão devido ao mal-estar entre Calheiros e Cármen Lúcia criado depois que ambos discordaram sobre a atuação da Justiça ao determinar a prisão de policiais legislativos durante uma ação da Polícia Federal no Senado, chamada de Operação Métis.
Após a operação, o presidente do Senado chamou o juiz federal Vallisney de Souza, que autorizou a prisão dos policiais, de "juizeco". Por causa disso, na quinta-feira, um grupo de cinco juízes entregou uma representação contra Calheiros no Conselho de Ética da Casa.
Acompanhe, em tempo real, a cobertura do repórter Guilherme Mazui, correspondente da RBS Brasília:
Cármen Lúcia rebateu as críticas de Calheiros a Oliveira em uma sessão do Conselho Nacional de Justiça. A ministra avaliou que "não é admissível que qualquer juiz seja diminuído ou desmoralizado fora dos autos".
Por causa da operação, Calheiros também disparou críticas contra o ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, dizendo que ele "promoveu um espetáculo contra o Legislativo". Apesar de afirmar que teria "muita dificuldade de participar de qualquer encontro com a presença do ministro da Justiça", Calheiros é esperado pelo presidente Temer para a reunião que discutirá a segurança pública, reunião onde Moraes também é esperado.
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Na quinta-feira, Temer falou à imprensa sobre a reunião. O presidente afirmou que irá "começar a traçar um panorama da segurança pública no país" para, a partir dele, "tentar apresentar soluções".
– Será um momento muito significativo, porque é a reunião dos três poderes do Estado e outros órgãos que vão pensar juntos a segurança pública do país. É um tema angustiante para todo o povo brasileiro, por isso, nós todos temos que colaborar – completou o presidente.