Política

Política

Piratini coloca urgência em pacote e quer votação até o fim do ano

Matérias devem ser apreciadas em até 30 dias. Apenas decretos não passarão por avaliação dos deputados em plenário 

Zero Hora

Enviar email
Governador José Ivo Sartori anunciou pacote de medidas nesta segunda-feira, no Palácio Piratini

O caminho do pacote do governador José Ivo Sartori na Assembleia Legislativa promete ser curto e objetivo. O líder do governo, deputado Gabriel Souza (PMDB), afirma que os projetos serão encaminhados em regime de urgência e deverão ser apreciados até o fim deste ano. Ou seja, em até um mês o plenário votará as propostas anunciadas nesta segunda-feira.

O pacote foi entregue nesta terça-feira já deve iniciar a tramitação. Algumas pautas pendentes na Casa devem ser deixadas de lado para priorizar as medidas mais importantes do governo Sartori para enfrentar a crise no Rio Grande do Sul. Tudo passará por apreciação dos deputados, exceto decretos, que não necessitam de aprovação em plenário.

Leia mais:
Confira as medidas que integram o pacote de Sartori
Órgãos na mira custam R$ 146 mi por ano e empregam 2,4 mil servidores
Após anúncio de pacote, futuro da TVE e da FM Cultura é incerto

– Nossa intenção é votar todas as matérias ainda neste ano em função da importância das pautas. Vamos acelerar o processo por prerrogativas de governo e por meio das lideranças na Casa. Algumas pautas pendentes também terão regime de urgência – explica Souza.

Por regra, propostas de emenda à Constituição, as chamadas PECs, precisam de 33 votos para serem aprovadas. Projeto de lei complementar, 28 votos, e projeto de lei ordinário, maioria simples dos deputados presentes. Apesar de ter maioria na Assembleia, a tendência é de debates acirrados em plenário.

– A formatação dos temas vai determinar a dificuldade de votação. Quanto mais votos, mais difícil será a apreciação – argumenta o líder do governo.

Para a oposição, o pacote de Sartori é visto como um desastre. O deputado Pedro Ruas (PSOL) sustenta que as medidas são inconstitucionais e critica a forma como as matérias foram conduzidas, a portas fechadas, sem debate com a sociedade.

– É um pacote trágico. Aliás, essa é uma marca do governador. Fazer esse tipo de projetos sem consultar a população e que depois precisam de inúmeras emendas e alterações. Ele (Sartori) não sabe o que fazer. Muitas das pautas são inconstitucionais. O governo está atuando em áreas de competência da União – diz.

Ruas também ressalta certa contradição do Piratini. Enquanto extingue e altera fundações e autarquias e promove fusão de secretarias, deixa de fora uma possível mudança no Tribunal de Justiça Militar.

– O governo emite sinais contraditórios. Fala em austeridade, corte na carne, mas nem permite a discussão sobre a extinção definitiva do Tribunal de Justiça Militar, que custa R$ 40 milhões ao ano, é obsoleto, e só existe aqui no Rio Grande do Sul e em outros dois Estados.

O deputado do PSOL também prevê que a aprovação dessas medidas provocará “passivos trabalhistas gigantescos”, a partir de decisões que podem ser “facilmente revertidas no Judiciário”.

– A herança desse pacote ficará para futuros governadores – resume Ruas.

*Zero Hora

GZH faz parte do The Trust Project
Saiba Mais
RBS BRAND STUDIO

Resenha das Gurias

02:00 - 03:00