
Réu em cinco processos relacionados às operações Lava-Jato, Zelotes e Janus, o ex-presidente Lula segue sendo investigado em dois inquéritos pela força-tarefa sediada em Curitiba. O delegado da Polícia Federal (PF), Igor Romário de Paula, acredita que as apurações sobre o sítio de Atibaia e as palestras do petista deverão ser concluídas em até um mês. Os dois inquéritos são conduzidos pelo delegado Márcio Anselmo.
Questionado pelo portal UOL sobre o momento para um possível pedido de prisão de Lula na Lava-Jato, o delegado disse que os investigadores "não perderam o timing".
– Os requisitos para uma prisão preventiva são bastante objetivos – avaliou o delegado, justificando que não havia elementos para pedir a prisão de Lula em 4 de março do ano passado, quando ele foi conduzido para depor coercitivamente. – Esse timing pode ser daqui a 30 dias, a 60 dias. A investigação que envolve o ex-presidente Lula é muito ampla – completou.
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A declaração de Igor Romário de Paula contradiz o colega, Maurício Moscardi Grillo, que, em entrevista à revista Veja, afirmou que a PF tinha "perdido o timing" para pedir à Justiça a prisão do ex-presidente. Para o delegado Igor, o fato de Lula ter ocupado a Presidência não causa "condescendência" pelo petista entre os investigadores.
– O próprio juiz Sergio Moro já mostrou que ele não leva isso em consideração quando toma suas decisões. Esse timing pode ser mais para frente, pode não ser aqui, pode aparecer nas investigações que acontecem em Brasília – disse ao portal.
O delegado Igor Romário de Paula ainda rechaçou as críticas do ex-presidente Lula de que haveria "dedo estrangeiro" na Lava-Jato, reiterando que "dizer que há interesses internacionais é absurdo". O coordenador da força-tarefa também reconheceu que as investigações causam "um desgaste para o país", mas destacou que "talvez, ao final disso tudo, o resultado seja muito mais positivo ao estancar a sangria da corrupção".