
Após o número 1 em direitos humanos na Organização das Nações Unidas (ONU), Zeid Al Hussein, criticar nesta segunda (11) a corrupção no Brasil, o governo de Michel Temer fez um duro ataque nesta terça-feira (12) e sugeriu que o representante da entidade se baseia em "desinformação".
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Na segunda-feira, Hussein disse que o "escândalo" de corrupção no Brasil revela como o problema está profundamente enraizado em "todos os níveis de governo" e ameaça a democracia. A embaixadora do Brasil na ONU, Maria Nazareth Farani Azevedo, criticou a declaração.
— Não podemos, em especial, deixar que desinformação nos leve a falsas conclusões (...) Discordamos fortemente do comentário apressado, injustificado e injusto que ele (Zeid) fez sobre o Brasil em seu discurso — declarou Maria Nazareth.
O Brasil foi um dos 40 países citados por Zeid ao abrir os trabalhos do Conselho de Direitos Humanos da ONU por conta de diversas violações. A menção ao Brasil foi feita explicitamente no contexto da corrupção e seus impactos.
Ao responder a crítica, a embaixadora garantiu que o Brasil está empenhado em combater o desvio de recursos públicos.
— O Brasil está seriamente engajado em uma luta contra a corrupção que deixa evidente, para que todos vejam, não apenas nosso apreço à Justiça e ao estado de direito, mas também ao fortalecimento de nossas instituições democráticas e ordem constitucional — afirmou a embaixadora.
Atacando a forma de o Conselho de Direitos Humanos agir, Maria Nazareth ainda indicou que está "engajado em discussões" para que o processo na ONU seja baseado em um "diálogo construtivo" e na "busca de soluções sensatas".
— A eficiência desse órgão não depende apenas de seu valor intrínseco, mas também da adequação de suas decisões — afirmou.
Entenda a crítica da ONU ao Brasil
Ao circular seu discurso na segunda-feira, Zeid apontou que "a corrupção viola o direito de milhões de pessoas pelo mundo, ao roubar deles o que deveria ser um bem comum e impedindo direitos fundamentais como saúde, educação ou acesso à Justiça".
— Recentes escândalos de corrupção, incluindo sérias alegações com altos funcionários do Brasil e de Honduras, mostram como a corrupção está profundamente enraizada em todos os níveis de governo em muitos países das Américas, muitas vezes ligados ao crime organizado e tráfico de drogas — afirmou Zeid.