Política

Delação em risco

Joesley e Saud estão na sede da PF em Brasília, onde devem cumprir custódia por cinco dias

Prisão dos empresários foi pedida por Janot, que alegou que executivos omitiram informações durante negociações do acordo de colaboração premiada

Estadão Conteúdo

EMPRESÁRIO DESEMBARCA EM BRASÍLIA

DF - TRANSFERÊNCIA/JOESLEY BATISTA/BRASÍLIA - POLÍTICA - O empresário Joesley Batista (2º/e)     desembarca no hangar da Polícia     Federal, no aeroporto de Brasília, na     tarde desta segunda-feira, 11. Joesley     e o executivo Ricardo Saud, da J&F,     seguiram para a Superintendência da PF,     onde eram aguardados por um pequeno     grupo de manifestantes que comemorou     com fogos de artifício a detenção dos     executivos.   17/07/2017 - Foto: SUAMY BEYDOUN/AGIF/ESTADÃO CONTEÚDO

Editoria: POLÍTICA
Local: BRASÍLIA
Indexador: SUAMY BEYDOUN
Secao: Temas
Fonte: AGIF
Fotógrafo: AGIF

Os empresários Joesley Batista e Ricardo Saud, presos temporariamente por suposta violação da delação premiada, chegaram a Brasília às 15h20min desta segunda-feira (11). Antes das 16h, os dois chegaram à superintendência da Polícia Federal (PF), onde devem passar a noite.

Os executivos saíram do Aeroporto de Congonhas por volta das 14h, em um jato da PF. Eles vão cumprir a custódia por cinco dias na capital federal.

Na Superintendência, um grupo aguardava os executivos da JBS. Quando Joesley e Saud chegram, manifestantes gritaram "Joesley, a Papuda te espera".

Por volta das 17h45min, Joesley e Saud foram ao Instituto Médico Legal (IML) para fazer exame de corpo de delito, antes de serem levados de volta à PF. Os executivos ficarão presos em uma cela de 9 metros quadrados, com vaso sanitário de chão, sem chuveiro (cano), e com água fria.

Joesley e Saud se entregaram à polícia em São Paulo, na tarde de domingo (10). Eles foram presos por ordem do ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), por suspeita de violar a delação premiada. O pedido foi feito pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot.

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Às 10h35min desta segunda, os executivos deixaram a Superintendência da PF na capital paulista. Joesley saiu da sede da PF com um terço nas mãos rumo ao Aeroporto de Congonhas, onde ele e Saud pegaram um voo para Brasília.

O ministro deferiu parcialmente o requerimento do procurador porque não mandou prender outro personagem desse novo capítulo do caso JBS, o ex-procurador da República Marcello Miller, sob suspeita de fazer jogo duplo em favor do grupo empresarial.

"Expeçam-se mandados de prisão em desfavor de Joesley Mendonça Batista e Ricardo Saud, pelo prazo de 5 (cinco) dias findo o qual, nos termos do que dispõe o artigo 2º, §7º, da Lei 7.960/1989, deverão ser postos imediatamente em liberdade, salvo se por outro motivo deverem ser mantidos sob custódia", determinou Fachin em despacho divulgado no domingo (10), pelo STF.

A decisão do ministro foi tomada na sexta-feira (8), mas estava protegida pelo sigilo. 

"Quanto aos colaboradores Joesley Mendonça Batista e Ricardo Saud, são múltiplos os indícios, por eles mesmos confessados, de que integram organização voltada à prática sistemática de delitos contra a administração pública e lavagem de dinheiro. A prisão temporária, quanto a eles, como requerida pelo Ministério Público Federal, é medida que se impõe", anotou.

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