Entender a complexidade dos fatos que se encadearam para, em uma semana, evoluir de uma tentativa de golpe na Turquia para um processo de repressão sem precedentes no século 21 exigiria anos de leituras, mas a coluna dá uma ajudinha selecionando quatro filmes que, se não explicam, auxiliam na tentativa de entender esse país que é parte asiático, parte europeu.
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Promessas de Guerra (2014)
Primeiro filme dirigido pelo australiano Russell Crowe, é rodado em seu país e na Turquia. Parte de um episódio que rendeu uma obra clássica do cinema, Galipoli, durante a I Guerra Mundial, quando os Aliados desembarcaram na Turquia para controlar o estreito de Dardanelos, com resultado de mais de 130 mil mortes.
Do Outro Lado (2007)
Melhor roteiro em Cannes, aborda especialmente a relação entre alemães e turcos – uma das maiores populações de imigrantes na Alemanha – e os contrastes entre as culturas e os estilos de vida. Dirigida por Fatih Akin, a história acentua os opostos na escolha dos personagens, de duas famílias turcas e uma alemã, com membros espalhados entre os dois países.
O Tempero da Vida (2003)
Se o enredo mais aparente se relaciona aos prazeres da cozinha, o pano de fundo é o conflito entre Turquia e Grécia no início dos anos 1960, que provocou a deportação de milhares de turcos, entre os quais a família do personagem. Em Atenas, o garoto cresce em meio às especiarias, mas troca essa vocação pela astronomia.
O Expresso da Meia-Noite (1978)
Um clássico dirigido por Alan Parker, mostra a brutalidade de uma prisão turca na década de 1970, em paralelo inquietante com os rumos do autogolpe de Erdogan. Um americano é preso com haxixe e tem de enfrentar o fechado sistema legal da Turquia da época. Exige estômago, mas prepara o espírito para os desdobramentos da depuração que o atual governo pretende levar a cabo.