
Além das medidas que o Banco Central (BC) anuncia nesta terça-feira, há expectativa de que seu presidente, Ilan Goldfajn, reforce o pedido de autonomia formal da instituição. As mudanças devem se focar em reduzir o crédito direcionado – em especial as linhas do BNDES com custo de TJLP – e aumento de prazo de aplicações com isenção tributária (LCA e LCI).
Uma olhada no gráfico acima mostra como esse tipo de empréstimo, com juro nominal equivalente a cerca de um terço (10,2%) da média dos regulares (33%), aumentou cinco vezes em 10 anos.
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E seu peso no total de empréstimos decolou de cerca de 30% para mais da metade. Diretor do BC na gestão de Armínio Fraga, Carlos Eduardo de Freitas vê a economia com baixo apetite para contratar crédito – empresas entesouram caixa, famílias reduzem endividamento.
Em sua época único diretor que não advogava autonomia, converteu-se depois de ver o BC instrumentalizado pelo governo. Avalia que, hoje, seria uma mensagem positiva de independência da instituição em relação ao governo e contribuiria para reduzir incerteza.