
Quando o prefeito José Fortunati assinar a sanção que marca a delimitação do Parque Gasômetro, na manhã desta sexta-feira, estará criada a lei que integra 38 mil metros quadrados de área verde no entorno do principal cartão postal da cidade. O desafio agora será definir, junto à população, que tipo de uso, regra e estrutura o espaço terá.
Votado em 2009, o projeto foi criado quando houve a aprovação do Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano Ambiental (PDDUA), em julho do ano seguinte. Passados cinco anos, a prefeitura ainda não tem previsão sobre a maneira como a área será gerida.
- Ainda será preciso muita discussão para buscar o consenso. A grande discussão é o que fazer com aquela área - disse o vice-prefeito Sebastião Melo, explicando que não há definição sobre o destino do aeromóvel, por exemplo.
Integrantes do movimento Viva Gasômetro comemoram que, entre as emendas ao projeto, tenha sido descartado o estacionamento na Praça Julio Mesquita, previsto no projeto de revitalização da orla do arquiteto Jaime Lerner. Mesmo assim, questionam como será feita a integração das praças Júlio Mesquita e Brigadeiro Sampaio com a Usina do Gasômetro sem o rebaixamento da Avenida Presidente João Goulart:
- O projeto é do nosso agrado, pois prevê uma área 40% maior do que o previsto. Mas ainda temos que ver como a interlocução com a orla será resolvida - diz Jaqueline Sanchotene, do Viva Gasômetro.
Iintegração com a orla ainda é desafio
Atualmente, na forma como está aprovado, o projeto dividido o parque em duas áreas. A primeira é composta pelo Museu do Trabalho e seu entorno, a Praça Brigadeiro Sampaio, junto à Rua dos Andradas, avenida Siqueira Campos, Rua General Portinho e Avenida Presidente João Goulart.
Na outra, na região da Praça Júlio Mesquita, o alcance chega à Avenida Siqueira Campos, Rua Vasco Alves, Rua Washington Luiz, Avenida Presidente João Goulart, Rua General Salustiano, Avenida Loureiro e Usina Gasômetro.
Rogério Dalmolin, arquiteto urbanista e ex-conselheiro do Conselho Municipal de Desenvolvimento Urbano e Ambiental, diz que, sem o rebaixamento, não ocorre a desejada mudança na paisagem:
- Conseguimos mais área verde, mas não conseguimos acessibilidade. Agora precisamos integrar com a orla. Mas a gente não aceita que seja por passarela. Vamos ter que avançar nas discussões para ver como fazer isso.
Os próximos passos da obra serão definidos a partir de reuniões do Grupo de Trabalho formado por integrantes da prefeitura, governo do estado, governo federal e da sociedade civil.
Emendas na Câmara Municipal
O projeto recebeu seis emendas dos vereadores, das quais três foram aprovadas, duas rejeitadas e uma retirada. A emenda nº 1, aprovada, proíbe o estacionamento na Praça Júlio Mesquita. A proposta é de autoria do vereador Professor Garcia (PMDB). Também foram aprovadas as emendas de número 5, que estabelece privilégio para pedestres e pessoas com deficiência nas soluções urbanísticas do parque, e a de número 6, que torna a Usina do Gasômetro pela integrante do futuro parque. Ambas foram apresentadas pelo vereador Airto Ferronato (PSB).
Foram rejeitadas as emendas número 2 e 3, dos vereadores Carlos Comassetto, Sofia Cavedon e Mauro Pinheiro, todos do PT. Uma determinava a integração das praças e da orla através do rebaixamento da Avenida Presidente João Goulart, enquanto a outra determinava concurso público para escolha do projeto de estruturação e qualificação do parque.